A primeira parte do plano de expansão da Galvani, maior produtora de fertilizantes na região de Matopiba, já começou. As obras de construção e ampliação da planta em Irecê, na Bahia, terão início ainda em junho deste ano, afirmou a companhia em nota enviada à revista Minérios e Minerales. Na última sexta, dia 24 de maio, a Galvani realizou o lançamento da pedra fundamental da ampliação da planta, que prevê produção inicial de aproximadamente 150 mil toneladas de concentrado fosfático por ano, estimativa para o primeiro ano de operação. A meta da companhia é alcançar a capacidade total de 350 mil toneladas de concentrado fosfático e 600 mil toneladas de calcário agrícola até 2026.

Segundo a Galvani, a planta de Irecê será uma instalação de grande porte, com infraestrutura moderna e eficiente. Durante a fase de construção, a previsão é de geração de 600 empregos diretos e, uma vez em operação, a planta irá empregar cerca de 300 pessoas diretamente. 

A ampliação faz parte do plano da Galvani em duplicar sua capacidade de operação industrial na Bahia, o que inclui abrir uma nova mineração no Estado e construir uma nova fábrica, no Ceará, para exploração de fosfato e urânio em parceria com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Para cumprir este projeto, a companhia anunciou que planeja investir R$ 3 bilhões até 2027 na região do Matopiba, que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

De acordo com o anúncio do presidente da Galvani, Marcelo Silvestre, na primeira etapa do plano de expansão, a empresa consumirá R$ 700 milhões em investimentos. Desse montante, a companhia destinará R$ 400 milhões à nova mineração de fosfato, em Irecê, na Bahia, e R$ 200 milhões à fábrica de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do Estado. Já a nova mineração no Ceará, os investimentos chegarão a R$ 2,3 bilhões.

Projeto Santa Quitéria: nova mineração no Ceará com a INB

Além da expansão na Bahia, a Galvani aguarda licenças para a exploração de reservas de fosfato e urânio na cidade cearense de Santa Quitéria, onde terá um projeto em parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), estatal responsável pelo abastecimento das usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ).

Este projeto é fruto de uma concorrência que a Galvani venceu em 2008, para explorar a jazida. A companhia vai remunerar a INB, detentora dos direitos minerários, com o urânio extraído. 

Em nota enviada à revista Minérios e Minerales, a Galvani informou que estima que a Licença Prévia (LP) seja concedida até o fim de 2024. Em seguida,  o próximo passo será o atendimento das Condicionantes da Licença Prévia, para solicitação da Licença de Instalação que viabilizaria a implantação do projeto (fase de obras).

Sobre o início da exploração de fosfato e urânio, de acordo ainda com a Galvani, a previsão é que o Projeto Santa Quitéria receba a Licença de Operação (LO) até o fim de 2026, iniciando então a exploração no início de 2027. 

Segundo a companhia, a produção anual projetada em Santa Quitéria é de 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, atendendo a 25% da demanda do Norte e Nordeste do país, além de 220 mil toneladas de fosfatado bicálcico, correspondendo a 50% da demanda regional. O empreendimento fortalecerá a economia local e também trará benefícios para a infraestrutura das comunidades do entorno.