Uma das minas mais profundas do Brasil foi o local escolhido pela AngloGold Ashanti para estrear a primeira carregadeira 100% elétrica em operação no subsolo. Foi realizada em março, na Mina Cuiabá, que fica em Sabará (região metropolitana de Belo Horizonte), que alcança mais de 1.600 metros de profundidade, a apresentação da Epiroc Scooptram ST14, que funciona a bateria e gera taxas mínimas de emissão de calor e ruídos. O valor total de investimento inicial está na casa dos R$ 11 milhões, para um período de 18 meses de locação, e de mais R$ 2,7 milhões em infraestrutura. O equipamento começou a ser testado no início de março.

O planejamento da empresa é substituir mais duas carregadeiras a diesel por equipamentos elétricos até 2025 e concluir o processo com toda a frota deste tipo na Mina Cuiabá até o final de 2027. “Esta mina é um ativo muito importante para nós. Várias tecnologias que foram implementadas pela Anglo tiveram início aqui, como por exemplo o ‘people tracking’ (sistema digital de localização de pessoas, frota e equipamentos no subsolo em tempo real).

 Sob o ponto de vista tecnológico, de volume de produção, é um ativo muito importante para nós. Todas as minas são relevantes, mas a Mina Cuiabá sempre se distingue no sentido de incorporar novas tecnologias, novas possibilidades”, destacou Othon de Villefort Maia, vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti.

O novo equipamento possui aumento potencial de 8% na produtividade de carregamento – em razão do ganho em velocidade e deslocamento gerado pelo torque instantâneo. Oferece, também, mais segurança. Comparado com a versão tradicional a diesel, o veículo é zero carbono, funciona a baterias , com taxas mínimas de emissão de calor e ruídos. “É um equipamento já consolidado, operando no Canadá, no Chile, na A Epiroc Scooptram ST14, modelo movido a baterias de íon-lítio que vai operar no subsolo da mina Cuiabá, é uma versão elétrica do equipamento a diesel já consolidada no mercado, com uma tecnologia que garante uma operação mais silenciosa e eficiente, eliminando completamente as emissões de gases. Fabricada na Suécia, tem cerca de 200 unidades em funcionamento em minas no Canadá, Chile e na Austrália, com expressiva redução dos custos operacionais. Serão 18 Austrália.

É mais um importante passo na estratégia de descarbonização da AngloGold Ashanti com foco em nossos pilares de sustentabilidade e inovação. Já temos implementados na mina Cuiabá o sistema autônomo de carregamento (tele-remote) e o sistema de monitoramento de pessoas no subsolo (people tracking), além da perfuração autônoma.

Agora, estamos adotando a primeira máquina 100% elétrica para subsolo”, destaca Luis Otávio de Lima, diretor das Operações Cuiabá. Lima explica que o minério será deslocado até o nível 11, no meio da mina. A previsão é que no máximo em dois meses a carregadeira estará trabalhando no fundo da mina a nível 23. A troca da bateria (swap) deve ocorrer entre 5h e 6h de operação. Serão três conjuntos de baterias: uma operando, outra recebendo carga elétrica e a terceira pronta para substituição. Uma galeria escavada para instalar a charging bay foi aberta no nível 23.

NET ZERO E OUTRAS INOVAÇÕES

A eletrificação da frota faz parte das ações da AngloGold Ashanti rumo à meta Net Zero, de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Em 2022, a empresa reduziu em 33% a emissão de dióxido de carbono (CO₂), na comparação com o ano anterior. Para chegar a este cenário, manteve 100% do consumo de energia elétrica proveniente de fonte renovável certificada, sem emissões de carbono associadas. Outros projetos de eletrificação da frota estão em andamento para o alcance das novas metas. A AngloGold Ashanti já implementou outras soluções inovadoras em parceria com a Epiroc. Dois exemplos são o sistema Mobilaris Situational Awareness (people tracking), para monitoramento em tempo real das equipes e equipamentos atuando no subsolo; e o sistema de operação tele remota que permite operar máquinas no subsolo a partir do centro de controle na superfície onde ficam os operadores.