O ataque contra o atrito

Rolamentos minimizam a fricção entre componentes das máquinas,permitindo menos paradas para manutenção, e podem durar mais de dez anos conforme o uso

Nos equipamentos da mina e da planta, os rolamentos são encontrados em praticamente todas as máquinas que possuem movimentos de rotação, e servem para reduzir o atrito entre as suas partes. Sua vida útil, dependendo da aplicação, pode atingir dez anos. No entanto, a falta de manutenção, como retiradada para limpeza e lubrificação, pode comprometer a sua durabilidadade.

“É necessária uma atenção especial com esses componentes, pois sua falha pode gerar paradas inesperadas dos equipamentos e consequente perda de produção. Os rolamentos são os “fusiveis” de uma máquina e servem para controlar, entre outras coisas, a transmissão da carga interna em um equipamento”, afirma Glauco Bartolo Berreta, gerente da SKF.

Na Jaguar Mining, a manutenção dos rolamentos é realizada por meio de um acompanhamento preditivo que sinaliza o fim de sua vida útil. Após essa identificação, a troca pode ser realizada pelo fabricante ou dentro das próprias instalações da mina, com uso de ferramentas. Atualmente, as marcas presentes nas minas da Jaguar são: SKF, FAG, NTN e NSK.

Em 2014, a mineradora consumiu, aproximadamente, 4.600 unidades desses componentes, em média 380 itens por mês, sendo 477 com características técnicas diferentes. Para aquisição dos rolamentos foram investidos R$ 797.000.

“Além da redução de custos com manutenções e trocas não programadas, o maior ganho está relacionado à garantia de operação contínua das máquinas, o que permite o cumprimento do planejamento de produção e custos”, afirma Pedro Nascimento Filho, supervisor de Manutenção da Planta Metalúrgica da Unidade Turmalina, da Jaguar Mining.

A compra é feita pelo departamento de Suprimentos da mineradora. “Respeitando as características técnicas do rolamento necessário, o produto, facilmente encontrado no mercado brasileiro, é adquirido do fornecedor que apresenta melhores condições comerciais”, explica Nascimento.

Segundo ele, o desafio do setor é estabelecer de forma sistemática, funcional e operacional, um plano eficaz de lubrificação para alcançar a melhor vida útil possível do rolamento.

Falhas dos rolamentos podem gerar paradas inesperadas nas atividades de mineração

Na unidade da Sama, em Minaçu (GO), algumas aplicações de rolamentos duram cerca de um ano e meio, como em peneira vibratórias, e outras conseguem ultrapassar mais de dez anos em operação, como transportadores de correias de baixa velocidade.

“De modo geral, os rolamentos são projetados para 10 milhões de ciclos. No entanto, o tempo de vida desses componentes está relacionado às variações de rotação, carga, lubrificação, montagem, manutenção e ambiente de operação”, afirma Josemar Gomes da Silva, chefe de Manutenção e Montagem Industrial da Sama.

Silva afirma que “os rolamentos evoluíram muito com a engenharia dos materiais lubrificantes, reduzindo atrito e aumentando a eficiência das máquinas e equipamentos. O acompanhamento por meio da manutenção preditiva e o aprimoramento dos técnicos de manutenção nos permite maior confiabilidade dos equipamentos, evitando paradas corretivas e perdas de produção”, completa.

A mineradora, utiliza, em média, 850 rolamentos por ano, com um custo em torno de R$ 190 mil. A aquisição é realizada por meio de contratos com fornecedores cadastrados e homologados pelo departamento de compra da empresa.

A manutenção dos rolamentos é feita com base nas condições de funcionamento dos equipamentos. Para detectar os problemas, a Sama faz inspeções instrumentais com análise de vibração e temperatura.

Inspeções periódicas são realizadas para identificar as condições de trabalho dos rolamentos

O mesmo acontece na Mineração Maracá, empresa da Yamana. A empresa realiza inspeções preditivas para avaliar as condições dos dispositivos. “Também há casos de manutenções corretivas em função de oscilações na linha de produtiva”, afirma Pedro Henrique de Oliveira Gama, supervisor de Almoxarifado da Mineração Maracá.

A Maracá utiliza rolamentos em motores, mancais de bombas, mancais de agitadores, eixo dos britadores, redutores, entre outros equipamentos. Em média, a mineradora faz uso de 300 unidades por ano, com um gasto em torno de R$ 550 mil, sendo os principais produtos provenientes de FAG, Timken, SKF e NSK.

Reaproveitamento de areia para a fundição de buchas para rolamentos

Ferramentas auxiliam na manutenção dos rolamentos

Com mais de 57 anos de mercado, a BGL, sediada em Limeira (SP), forneceferramentasvoltadas para a montagem e desmontagem de rolamentos industriais, comoporcas hidráulicas, bombas hidráulicas e tubos de extensão, que em conjunto com as buchas de fixação ou desmontagem hidráulicas contribuem muito para reduzir o tempo parado de máquinas durante as manutenções.

“As buchas hidráulicas são providas de sistema para injeção e distribuição de óleo que facilita a montagem e principalmente a desmontagem dos rolamentos. As ferramentas hidráulicas (porcas e bombas) reduzem os riscos e esforço na manutenção de rolamentos de pequeno, médio e principalmente de grande porte”, afirma Warley Grotta, diretor da BGL.

Para se ter ideia da vantagem ao se desmontar um rolamento de furo cônico montado sobre bucha de fixação hidráulica com o auxílio de um tubo de extensão e uma bomba hidráulica, pode-se reduzir o tempo da manutenção, em comparação com a desmontagem mecânica, de dias para minutos, além da operação ser segura e tecnicamente perfeita, contribuindo para uma maior vida útil do equipamento.

Aopção hidráulica está disponível para buchas de fixação com diâmetro interno a partir de 140 mm. A empresa fornece tamb

ém, treinamento, no formato de vídeos, com instruções dos diversos métodos de montagem e desmontagem de rolamentos. Já as porcas hidráulicas podem ser utilizadas nas pontas de eixo ou nas buchas desde rosca M10x1.5 a TR1200x8

Fonte: Revista Minérios & Minerales