Com trabalhos e investimentos intensivos na área,índices de segurança nas operações são prioridade das mineradoras

Muito além de precauções com equipamentos de proteção individual (EPI’s) e equipamentos de proteção coletiva (EPC’s), a segurança do trabalho no cenário da indústria mineral no Brasil avança cada vez mais rumo aos baixos índices de acidentes devido aos expressivos investimentos realizados pelas mineradoras em equipamentos com tecnologias novas, treinamentos específicos, consultorias comportamentais e na infraestrutura das operações.

O investimentos realizados nos últimos anos demonstram que as empresas têm a segurança como uma das principais prioridades nas suas operações. Além das ações em melhoria de equipamentos e infraestrutura, a grande aposta é no treinamento intensivo e constante da equipe de operação, gerencia e diretoria das mineradoras.

Atualmente, os investimentos na área ultrapassam os requisitos obrigatórios por lei e vão adiante numa ação pró-ativa, que busca minimizar ao máximo os acidentes e os índices.

Samarco

De acordo com o gerente geral de Saúde e Segurança da Samarco, Rubens Bechara, “segurança na Samarco é tratada como um valor inegociável. Por isso, em nosso dia a dia, desenvolvemos ações, que vão desde o controle dos riscos operacionais até a conscientização acerca da preservação da vida dentro e fora do trabalho”.

A mineradora trabalha com um sistema de gestão, baseado na norma ISO 18001, na qual é certificada, em que processos e ações de controle são agrupados em três pilares: liderança, comportamento e sistema.

Os treinamentos focados em segurança são programados de acordo com uma grade de capacitação desenvolvida junto com as áreas operacionais e recursos humanos. Além desses treinamentos programados, são realizados workshops de Saúde e Segurança, organizados pelas diversas gerências com o apoio da área de segurança. “Essas iniciativas focam, principalmente, os treinamentos mandatórios para cada função e também possíveis gaps de aprendizado levantados por meio da coleta de informações de campo”, explica Bechara.

Programa Padrinhos da Samarco busca disseminar as normas e procedimentos internos de segurança por meio da integração entre empregados mais experientes e recém-contratados

Os investimentos da mineradora nos últimos 5 anos, que ultrapassam R$50 milhões, têm sido direcionados principalmente para aplicação de controles de mitigação dos riscos críticos – num total de 18 identificados – e na implantação das diretrizes, como normas, equipamentos e bloqueio físico.

“Nós trabalhamos com dois indicadores gerenciais: taxa de frequência de acidentes registrados (Samarco e contratadas) e fator de risco – indicador proativo que mede o risco de segurança presente nas atividades desenvolvidas e que é influenciado pelo sistema de gestão, equipamentos e pessoas”, aponta o gerente.

As metas de segurança na mineradora, de acordo com o gerente, são estipuladas com base nas tendências históricas que, por sua vez, são influenciadas pela eficácia dos controles existentes. “A Samarco tem como meta alcançar uma taxa de frequência de acidentes registrados menor que 1,0 e atingir um fator de risco igual a 1”, completa.

Atualmente, a empresa trabalha com dois grandes desafios, ambos ligados ao projeto de expansão. O primeiro é terminar a fase de obras e instalação do projeto, que conta com cerca de 13 mil trabalhadores, mantendo o baixo índice de acidentes registrado até o momento. Em seguida, há o treinamento e conscientização de cerca de 500 novos empregados para atuar na operação após a conclusão das obras. De acordo com a empresa, devido à grande exposição a riscos críticos e também ao grande número de pessoas envolvidas, as obras da expansão são as que causam maior preocupação.

Para otimizar os programas de segurança, a mineradora conta também com novas tecnologias em desenvolvimento e testes. Desde novembro de 2012, vem sendo implementado um sistema anticolisão nos equipamentos e veículos que acessam a área de lavra. “A iniciativa tem o objetivo de reduzir o fator de risco da Samarco e atender às diretrizes do risco crítico PCRC 02 – Equipamentos móveis de Superfície”, ressalta Bechara. A implementação deste sistema, que utiliza tecnologia de GPS e cruzamento de vetores, visa a informar os operadores e motoristas da área da mina o risco de colisão através de sinais luminosos e sonoros, obtendo dessa forma maior segurança.

Anglo American – Minas-Rio

Já a Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American tem a segurança como um dos seus principais valores e possui uma abordagem estruturada desde o mais alto nível da organização até as equipes operacionais, incluindo as empresas contratadas. O modelo adotado é o Jornada da Segurança, no qual, passo a passo, busca-se atingir o estágio de excelência em maturidade de segurança. Para isso, utiliza-se um programa com 10 fundamentos: liderança, gestão de riscos, aprendizado, padronização, competência, comunicação, monitoramento, planejamento, cultura e auditoria.

De acordo com o gerente geral de Segurança da unidade, Luiz Humberto Fernandes, para cada fundamento, são definidas ações que permitem desenvolvimento e desempenho eficazes. “Podemos citar iniciativas como os programas de gestão de riscos em 4 camadas, o programa de Liderança Visível e Percebida – de abordagem comportamental-, e o programa de Aprendizado com Incidentes, como exemplos de referência. Especificamente em relação a pessoas, temos um programa extenso de treinamento focado na capacitação e competência dos empregados e contratados, totalizando, em média, mensalmente 2% de horas trabalhadas dedicadas a treinamentos”, explica.

A mineradora investe aproximadamente R$ 25 milhões por ano, destinados à equipe de suporte, consultoria, serviços essenciais de segurança e saúde, ferramentas, programas, campanhas e treinamentos. No entanto, de acordo com o gerente, se for somada a segurança embarcada nos equipamentos e instalações, proteções coletivas e os intertravamentos de segurança (medidas de engenharia e barreiras), esse número pode ser quadruplicado.

Esses recursos são aplicados no tripé da produção segura: pessoas, sistemas e infraestrutura, com a inclusão de equipamentos e instalações. A maior parte é destinada à equipe interna, consultoria, auditores, treinamentos, campanhas, implantação de ferramentas, sistemas de gestão e serviços essenciais de segurança e saúde, tais como exames médicos, monitoramento de descargas atmosféricas, diagnósticos, inspeções especializadas, projetos, pareceres, resposta a emergências, entre outros. Já os investimentos em equipamentos e instalações são parte dos orçamentos das áreas operacionais e dependem essencialmente do tipo e modelo. Para definir o tipo de investimento necessário, a empresa utiliza os Protocolos de Prevenção de Riscos Fatais, que delineiam quais os requisitos relativos a pessoas, sistemas e infraestrutura que deseja atender.

Gerente geral de Segurança da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American, Luiz Humberto Fernandes

“Para cumprir todos os requisitos de segurança e saúde estabelecidos pela Anglo American, diversos produtos e serviços são necessários, desde os equipamentos de proteção individual e serviços de monitoramento médico e ambiental até os equipamentos de proteção coletiva, instrumentos de medição e serviços especializados de consultoria, auditoria e suporte técnico na implantação de ferramentas. Podemos citar como exemplos EPIs necessários na indústria da mineração, serviço de resgate e resposta a emergências, serviços de exames médicos, monitoramento de descargas atmosféricas, consultoria em transportes, serviço de suporte técnico em gestão de riscos, criação de material de campanhas, padrões, treinamentos técnicos, entre outros”, destaca Fernandes.

Mineroduto de 525 km está com aproximadamente 50% da estrutura e com 76% de terras disponíveis para execução de obras de terraplenagem e instalação dos dutos

Para analisar os resultados obtidos, a empresa utiliza duas formas de medição: os indicadores reativos e os proativos. No que concerne aos indicadores reativos, que são os mais conhecidos pelas empresas, a Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American atingiu a marca de mais de 45 milhões de homens-hora trabalhadas sem qualquer afastamento em suas atividades, com uma equipe de quase 12 mil empregados e contratados, distribuídos em mais de 120 frentes de trabalho distintas, ao longo de quase 525 km de extensão do Projeto Minas-Rio. Em termos de veículos e equipamentos móveis, são mais de 4 mil, trafegando diariamente por mais de 2.800 km de estradas de alto risco.

“Obtivemos uma taxa de acidentes com afastamento de 0.01 em 2012, o que representa apenas 1 incidente com perda de tempo no ano todo, incluindo contratados”, comenta o gerente. A empresa também alcançou redução de quase 40% nos incidentes de alto potencial e nenhuma doença ocupacional foi detectada pelos exames médicos. Já nos indicadores proativos, a empresa acumula mais de 30 mil verificações comportamentais realizadas, além de 2,3% de horas totais trabalhadas dedicadas a treinamentos.

Projeto Minas-Rio possui mais de 12 mil empregados e contratados, distribuídos em cerca de 120 frentes de trabalho distintas

As metas da segurança e saúde da unidade são definidas com base em um planejamento estratégico, que leva em consideração o estágio atual e pretendido na Jornada da Segurança, as deficiências apontadas em auditorias, os planos de melhoria de segurança e ferramentas a ser implantadas, e os desafios que a empresa se propõe a enfrentar. O balanço dessas informações é discutido pela diretoria, representada pelo Comitê Executivo, que define os objetivos e metas para a organização, desdobrando-os para cada equipe. “A principal meta da empresa é atingir a Zero Lesão de forma sustentável, em um estágio de maturidade elevado, que permita proteger continuamente as pessoas. Para que isso ocorra, existem diversas metas intermediárias tais como aumentar o nível de aprendizado com incidentes e prevenir a sua repetição, reduzir o número de incidentes de alto potencial, aumentar o nível de interação entre a liderança e os empregados, mapear e controlar todos os riscos críticos de incidentes, manter elevadas aderências a padrões de excelência em segurança, entre outras”, afirma Fernandes.

Barro Alto: unidade de Negócio Níquel da Anglo American registrou taxa de frequência de acidentes com afastamento de 0,11 em 2012.

Em até 2 anos, o maior desafio da mineradora é entregar o Projeto Minas-Rio de forma segura e responsável em um ambiente que terá até 15 mil empregados no pico das obras, envolvendo desde atividades off shore até montagens eletromecânicas em altura. A dispersão geográfica da obra, a simultaneidade do final de obra com as atividades de comissionamento e início de produção, além do elevado número de empregados de diversas contratadas, tornam esse desafio ainda maior. “No estágio atual do Projeto Minas-Rio, a maior preocupação é com as atividades de transporte, incluídos os veículos leves e os equipamentos móveis (caminhões, máquinas, tratores, etc.). Na sequência, os maiores riscos são içamento, trabalho em altura, supressão vegetal e atividades que requerem isolamento. Já na fase de operação, prevista para o final do segundo semestre de 2014, podemos acrescentar o uso de explosivos e aumentar exponencialmente a preocupação com a operação dos equipamentos móveis, notadamente os caminhões fora de estrada”, avalia o gerente da unidade.

Atualmente, a mineradora aposta em novas opções de tecnologias como o uso de cabine de simulação para treinar operadores de máquinas e equipamentos móveis, detectores de movimento para alertar motoristas em caso de fadiga, roupas especiais para proteção contra arco elétrico, sistemas de bloqueio de energia inteligentes e integrados, proteção contra capotamento em veículos leves e equipam
entos móveis, monitores de velocidade e de trajeto, ambie
ntes virtuais para treinamento de operadores, entre outros.

Anglo American – Barro Alto

A Unidade de Negócio Níquel da Anglo American tem trabalhado constantemente no gerenciamento de risco para que todos possam identificar condições perigosas e que controles eficazes sejam adotados na infraestrutura, nos equipamentos e no comportamento humano em todos os níveis. De acordo com gerente da área de Segurança e Saúde Ocupacional do Escritório Corporativo da empresa, Marco Leandro Arantes, o investimento tem sido intenso em educação e treinamento em todos os níveis e os recursos direcionados a melhorar máquinas e equipamentos essenciais para que os padrões sejam atingidos no menor tempo possível. “Um dos bons exemplos de resultados satisfatórios que podemos ressaltar é a implementação do Projeto Barro Alto, com índices de segurança de classe mundial, sem fatalidades, com total de 37 milhões de hht e recorde de 13,2 milhões de horas/homem sem acidentes com afastamento”, explica.

Gerente da área de Segurança e Saúde Ocupacional do Escritório Corporativo da Unidade de Negócio Níquel da Anglo American, Marco Leandro Arantes

Entre as metas da mineradora, está a consolidação dos programas desenvolvidos, como o Shermp (Safety Health Risk Management Process), Learning From Incidents, A liderança visível e percebida e os GTS(Grupo Technical Standards).

Em 2013, será consolidada a implementação dos leading indicators – indicadores onde as lesões não fazem parte e sim os resultados de implementação das ações. Outra iniciativa, pela primeira vez utilizada no processo de avaliação de desempenho, é o estabelecimento de uma meta individual de segurança de cada empregado em seu contrato. A taxa de frequência na unidade está em 0,11(Base 200.000) em 2012.

“Em relação as novas tecnologias, realizamos a adoção de obrigatoriedade de freio ABS e Air Bag em 2007, onde ainda não se tinha uma difusão destas tecnologias, a obrigatoriedade de uso de proteções adicionais em máquinas, antes que o governo decretasse sua obrigatoriedade e, agora, a implementação de um programa de combate a fadiga compatível com as melhores práticas mundiais”, ressalta Arantes.

Os índices de segurança globais da utilizados pela Anglo American são Fatalidades e LTIFR (Taxa de frequência de Acidentes com Afastamento). Em 2012, os índices de Fatalidade do Grupo caíram 70% em relação a 2006. E a redução do LTIFR ficou na ordem de 48% também em relação a 2006. Na Unidade de Negócio Níquel, a taxa de frequência ficou em 0,11 em 2012.

MRN

De acordo com Luciano José Rodrigues, gerente do departamento de Segurança do Trabalho da MRN (Minas Saracá e Bela Cruz), a mineradora trata a segurança do trabalho como uma de suas principais responsabilidades. O investimento total em segurança no ano de 2012 foi de R$ 9.339.164,61 e foi aplicado principalmente nas áreas de trabalho que englobam colisão, trabalho em altura e eletricidade, além dos cumprimentos das legislações legais. Para 2013, o valor total ainda está em fase de aprovação.

“Um dos nossos focos na aplicação dos investimentos também é o desenvolvimento de novos equipamentos de segurança. Realizamos o desenvolvimento, teste, aprovação, homologação. Os testes são realizados com pessoal operacional durante 30 dias. Atualmente, temos equipamentos em testes, como novos cintos de segurança, trava quedas duplo ponto de ancoragem, roupas de Kevlar, Óculos Uvex Skyper e capacetes fotoluminescentes”, afirma o gerente.

Para MRN, o principal desafio na área de segurança é a abertura de novas minas

Entre os equipamentos em desenvolvimento está o “Opt Alert” e “Astid”, óculos que detectam fadiga (sono) nos operadores de caminhões, escavadeira, e outros equipamentos móveis.

“Todas nossas ações tem como foco a busca pelo índice de acidente zero. Esse é nosso maior desafio e temos o comprometimento de todos funcionários”, ressalta Rodrigues. Nas unidades da MRN, de acordo com o gerente, as áreas que geram mais preocupação com segurança são a operação de mina, manutenção industrial e geração e distribuição de energia. Para minimizar os riscos, a empresa busca aumentar o desenvolvimento de novos equipamentos, realizar treinamentos e capacitações, aplicar ferramentas comportamentais e de ferramentas de segurança. A empresa possui também o Programa de Prevenção de Fatalidades que conta com a participação da diretoria, toda linha de comando e empresas terceirizadas.

A mineradora possui 1433 funcionários próprios e 3399 terceirizados que atuam em duas minas e um porto. Entre os desafios de segurança apontados, o principal é a abertura de novas minas, que demanda grande atenção.

Mirabela Mineração

Com investimento anual de aproximadamente R$ 1.277.719, a Mirabela Mineração prioriza ações que viabilizem o fortalecimento de sua cultura de segurança e realiza anualmente um planejamento estratégico de investimento focado em saúde e segurança.

Para 2013, a mineradora prevê investimentos em programas motivacionais de segurança, campanhas educativas, treinamentos de qualificação, programas de benchmarking, monitoramentos, desenvolvimento da equipe de brigadistas, estudos técnicos, consultorias, infraestrutura de sistema de segurança, EPI’s e EPC’s, fortalecimento da equipe de saúde para novos projetos de qualidade de vida e treinamentos de requisitos legais.

“O nosso objetivo parte do pressuposto da preservação da integridade física dos nossos colaboradores acima de tudo, pensando nisto, buscamos opções que nos permitam atender a esta exigência, como por exemplo, a contratação de serviços de suporte que possam resguardar a segurança, como serviços de consultoria em segurança, manutenção de extintores e redes de hidrantes, estruturação do programa de proteção respiratória (PPR), estruturação programa de prevenção de doenças dérmicas (PPDD), entre outros”, afirma o coordenador de Segurança do Trabalho da Mirabela Mineração, Rodrigo Lemos.

AngloGold As
hanti

Com investimento direto em ações e gestão de segurança de R$ 10 milhões, sem incluir os Capex voltados à aquisição de novos equipamentos e melhoria de processos operacionais, a AngloGold Ashanti tem focado a aplicação de seus recursos principalmente em treinamentos e melhorias de condições de trabalho, como equipamentos cabinados, maior ventilação nas minas subterrâneas, estudos de ergonomia, entre outros.

Meta atual da AngloGold Ashanti é reduzir a taxa de frequência de acidentes em 20% a cada ano até atingir índice zero em 2020

Em 2009, a mineradora realizou a Pesquisa de Clima e Cultura de Segurança, que teve objetivo identificar a percepção dos empregados no que se refere às ações da empresa em segurança. Os resultados mostraram que os empregados percebem a evolução conquistada pela empresa nos últimos anos, sendo que houve dois momentos marcantes para isso: a mecanização das minas e a implantação do Programa de Gerenciamento de Riscos.

A AngloGold Ashanti aposta em equipamentos cabinados e de subsolo com operação à distância, via controle remoto, para otimizar a segurança

“Passamos, então, a trabalhar os fatores humanos e a importância da evolução da empresa, de uma cultura dependente para uma ‘independente’. Nessa nova cultura, é cada vez menos necessário o controle externo para que os trabalhos sejam executados de forma segura, uma vez que a internalização da importância da segurança vai se tornando crescente, até atingir a interdependência”, explica o gerente de sustentabilidade da AngloGold Ashanti, Carlos Cordeiro.

Atualmente, entre as principais ações desenvolvidas estão a capacitação dos profissionais da área em segurança comportamental, revisão do treinamento introdutório da empresa, abordagem de SSMA (Saúde Segurança e Meio Ambiente), potencialização do DDS (Diálogo Diário de Segurança), capacitação da liderança em segurança comportamental e foco nas oficinas de percepção de risco.

“Nossa meta atual é reduzir nossa taxa de frequência de acidentes em 20% a cada ano até atingir índice zero em 2020 e chegar ao nível de maturidade de segurança equivalente ao Interdependente – ‘eu cuido de mim, cuido do meu colega de trabalho e permito que meu colega cuide de mim’”, destaca Cordeiro.

Atualmente, de acordo com o gerente, as áreas de maior risco são as de mineração subterrânea, juntamente com as plantas de beneficiamento de minério e a fábrica de ácido sulfúrico. Para minimizar os riscos, foram desenvolvidas uma série de ações como bloqueios, procedimentos escritos, treinamentos de segurança e operacionais, sinalizações, análise preliminar de riscos, planejamento para as atividades de risco e abordagens comportamentais.

Entre as ações voltadas com foco na tecnologia, a mineradora aposta em equipamentos cabinados e de subsolo com operação à distância, via controle remoto; plataformas hidráulicas para trabalhos em altura no subsolo; sistemas de contenção de tetos e laterais nas minas subterrâneas (tirantes, concretagem, cabeamentos, cavilhas etc); sistema de mineralização tipo sublevel em substituição ao modo de corte e enchimento; criação do Centro de Treinamento Operacional.

“Nos últimos anos, é notória a evolução dos nossos resultados. Desde 2006 a empresa não registra casos de problemas respiratórios entre os empregados, em razão dos EPIs, treinamentos, equipamentos e tecnologias inovadoras no interior das minas e nas demais operações. Os acidentes com perda de tempo de trabalho também vêm caindo significativamente. Em 2011, tivemos 27 dessas ocorrências e, em 2012, esse número caiu para 13, menos da metade”, aponta o gerente.

Gerente geral industrial de Tapira, Guilherme Castro

Em 2012, a empresa recebeu o prêmio Boas Práticas em Saúde e Segurança no Trabalho, em 2012, concedido pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração em virtude do seu programa Atitude, que tem foco na ajuda e proteção mútuas, trabalho em equipe e o orgulho organizacional. O prêmio foi concedido na categoria “Ações de trabalho em saúde e segurança preventiva”.

Vale Fertilizantes

A Vale Fertilizantes possui um planejamento estratégico para os próximos 5 anos pautado em ações de comportamento, sistemas e na continuidade dos padrões de segurança das áreas, que tem como principal objetivo intensificar o aprimoramento das ferramentas de gestão de riscos e aperfeiçoar a capacitação dos funcionários quanto a percepção, identificação e mitigação dos riscos. “Temos a vida em primeiro lugar na empresa. A segurança aqui é abordada enfaticamente em treinamentos, campanhas e atividades com foco comportamental”, destaca o gerente geral industrial de Tapira, Guilherme Castro.

Os treinamentos realizados pela mineradora se dividem em duas categorias principais: os obrigatórios por lei e os realizados proativamente com foco no aperfeiçoamento. Em ambos os casos, todos funcionários participam, desde operação a gerencia. De acordo com Castro, um dos pilares na luta contra acidentes na unidade é apostar na consultoria de relações comportamentais, que é realizada por empresas contratadas pela mineradora. “Se não trabalhamos o comportamento, não teremos o sucesso. Não adianta investir em gestão de qualidade e outras ações quando o problema pode estar no comportamento”, avalia Castro.

O principal indicador de segurança utilizado pelo Complexo de Mineração de Tapira é a Taxa de Frequência de Acidentes Pessoais (TRIFR), que vem registrando melhor resultado a cada ano. Em 2008, a taxa era de 4,50. Já em 2012, o registro foi de 0,99. “Não é possível alcançar sucesso em segurança com foco em apenas uma atividade. Temos de trabalhar em várias frentes, como gestão de qualidade, equipamento adequados, conscientização da equipe”, afirma o gerente.

Vale Fertilizantes registrou índice de taxa de frequência de acidentes pessoais de 0,99 em 2012