Sustentabilidade é a palavra-chave do Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre da EuroChem, localizado no Alto Paranaíba, em Minas Gerais, que começou a operar no dia 13 de março. Para o funcionamento de uma unidade com mais de 19 milhões de m² de extensão, e que reúne desde atividades de mineração até a produção e distribuição de fertilizantes, o compromisso com o meio ambiente e, principalmente, com a gestão do recurso hídrico, são prioridades e envolvem equipes multidisciplinares da empresa.

 O presidente para a América do Sul da EuroChem, Gustavo Horbach, ressalta que o comprometimento com uma operação sustentável fez com que a licença para o funcionamento da unidade fosse concedida rapidamente. “Todas as condicionantes ambientais que foram propostas pelo governo e pelas agências reguladoras nós não apenas implantamos de maneira rápida e direta, como ainda extrapolamos. Como a geração de energia própria, por exemplo.

 A emissão da licença de operação ter sido rápida, de forma inédita para o contexto do estado de Minas Gerais, mostra que a nossa abordagem do tema foi correta”, afirma Horbach. A unidade, com tecnologia de última geração e licenciada de acordo com os mais rigorosos padrões ambientais, é composta por uma mina de fosfato a céu aberto com mais de 350 milhões de toneladas métricas de reservas minerais e cerca de 25 anos de vida útil. O projeto conta ainda com uma planta de ácido sulfúrico, uma de ácido fosfórico, e unidades de acidulações e granulações.

 ECONOMIA CIRCULAR E PRESERVAÇÃO DE FAUNA E FLORA

 Um dos aspectos mais sensíveis do ponto de vista ambiental é o tratamento dos efluentes. No Complexo de Salitre, o sistema é de circuito fechado. Nada sai da unidade. O recurso hídrico utilizado no processo mineral é destinado para uma das barragens, de onde é bombeado e segue para tratamento, para depois ser direcionado para uso na planta. Esse processo de recirculação garante o reuso de 100% da água. “Tudo está localizado aqui na mesma unidade, mas a gente pode dividir em duas áreas: mineral e química.

 A área mineral tem um circuito fechado com a nossa barragem de rejeitos, então toda a água que nós usamos vem da própria barragem, nós circulamos na planta e voltamos para dentro da barragem. No caso da planta química acontece o mesmo fenômeno, mas dividido em cinco lagoas, separadas de acordo com a natureza do efluente”, explica David Crispim, diretor de operações da EuroChem Brasil. “Todo o efluente do pátio de gesso, que é gerado quando se produz ácido fosfórico, também é direcionado para uma lagoa. E o efluente dessas lagoas são direcionados para uma estação para tratamento com cal, neutralizando os contaminantes, gerando o que a gente chama de água de processo, que retorna para as nossas plantas químicas para ser usada nas lavadoras de gases. Já a torta gerada (material sedimentado com uso da cal) é vendida no mercado para agricultura, pois tem fósforo”, afirma Crispim. O complexo também possui um sistema de bombeamento de cerca de 241m³/h que liga a barragem de água limpa ao córrego do Sabão. Esse volume, além de preservar o ecossistema, vai manter a vazão do corpo d’água, usado como fonte de abastecimento por comunidades próximas. Além disso, a empresa possui uma rede de monitoramento de 65 pontos superficiais e subterrâneos para garantir que a água esteja adequada aos padrões de qualidade esperados, tanto para a operação quanto para o retorno à natureza. Outro destaque de sustentabilidade é que entre 30% e 40% de toda a energia consumida na planta deve ser gerado dentro da própria unidade, por meio do aproveitamento de vapor oriundo do processo de produção de ácido sulfúrico e que alimentará uma turbina de geração de energia para uso próprio. Além das ações para o uso consciente de água, a EuroChem também contribui para a manutenção da flora e fauna local, por meio de programas de produção anual de 20 mil mudas florestais que são plantadas nos projetos de recuperação ambiental e de monitoramento de fauna.

DESENVOLVIMENTO SOCIECONÔMICO

O Complexo de Salitre, que recebeu investimentos de quase US$ 1 bilhão e será responsável por 15% da produção nacional de fertilizantes fosfatados, ainda se destaca pelo seu papel socioeconômico. Além da geração de 1,5 mil empregos diretos e indiretos, o grupo EuroChem se comprometeu em contribuir com o fortalecimento da economia local, investindo mais de R$ 4 milhões em saúde, educação, infraestrutura, segurança, esporte e lazer.

 Outra ação importante do grupo é a contribuição para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais através da capacitação de profissionais. A região de Patrocínio e do município de Serra do Salitre, onde está instalado o complexo, é essencialmente agrícola, o que significa baixa disponibilidade de mão de obra para trabalhar no setor industrial. Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e as prefeituras das cidades vizinhas, a empresa oferece cursos de qualificação de mão de obra em nível técnico, gratuito, em Operação de Processos Químicos.

 A primeira turma de 105 alunos concluiu o curso em outubro de 2023 e cerca de 70% dos participantes foram contratados pela Companhia, sendo 35% de mulheres. E a segunda turma do mesmo curso, que já está em andamento, contou com mais de 355 inscritos. “As pessoas da primeira turma que acabaram não sendo contratadas, por terem recebido informação qualificada, estão empreendendo na própria região. O que vem mexendo com toda a dinâmica de progresso local”, explica Horbach, diretor-presidente da empresa para a América do Sul.

Ainda na área de capacitação, está em curso o programa Jovem Aprendiz, com duração de um ano, entre aulas teóricas e práticas, e 26 vagas, o curso foca em jovens entre 17 e 22 anos de idade para atuarem nas rotinas administrativas da Companhia. “A EuroChem tem um papel social de compromisso e responsabilidade, principalmente nos locais onde atua. Por meio da nossa Política de Investimentos Institucionais e Sociais, buscamos contribuir com a sociedade, agregando valor e ampliando os impactos positivos do nosso trabalho, não apenas nos setores de atuação, mas nas cidades e comunidades em que estamos presentes”, finaliza Crispim.