No mapa das maiores reservas minerais exploradas no Brasil, Minas Gerais abriga 14 das 20 maiores minas, reflexo do período de forte crescimento da produção e dos investimentos da indústria da mineração no estado. O mais novo ranking do setor, medido pelo volume produzido de 42 substâncias, do minério de ferro ao calcário, foi organizado pela revista especializada Minérios & Minerales. Pelo quarto ano, o levantamento mostra os municípios que sustentam a riqueza do setor e agora indica, também, as maiores plantas metalúrgicas em atividade no país.
Entre as 236 reservas que compõem o ranking, relativo à produção de 2007, Minas aparece em primeiro lugar com 88 minas, seguido por São Paulo e Paraná. A reserva de minério de ferro de Brucutu, aberta pela Vale em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central mineira, é a terceira maior do país, só perdendo para duas minas da própria mineradora no Complexo de Carajás, no Pará. Conforme dados do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), Minas respondeu por 44% da produção mineral brasileira, estimada em R$ 48 bilhões no ano passado.
As recentes projeções de investimentos do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) vinham confirmando o grande avanço da produção em Minas. O Ibram prevê a aplicação, no Brasil, de recursos orçados em US$ 48 bilhões deste ano até 2012, dos quais cerca de 40%, ou seja, US$ 19,2 bilhões, em Minas, informa Paulo Camillo de Oliveira Penna, presidente do instituto. “Vivemos um boom de investimentos e Minas é o estado majoritário, sem dúvida, tanto com a ampliação de minas em produção quanto em novos projetos”, afirma.
Os planos de investimento que o Ibram apurou com às empresas praticamente dobraram em pouco mais de um ano, já que em fevereiro de 2007 a expectativa era de US$ 25 bilhões para o Brasil, num prazo de cinco anos. O assédio das empresas reflete a valorização das commodities minerais no exterior, puxada pelo crescimento da China e, mais recentemente, da Índia. A despeito da crise nas bolsas de valores e da perspectiva de expansão menor da economia mundial, a indústria da mineração vislumbra um ciclo ainda longo de ganhos, segundo Camillo Penna.
Uma das razões está amparada em informações do governo chinês de que 800 milhões de habitantes sairão do campo para as áreas urbanas do país até 2025. De outro lado, o raciocínio é o de que mesmo num cenário de desaquecimento, a taxa de crescimento chinesa ainda poderá ficar na casa dos 10%, frente aos 11,4% de 2007. Isso, considerando-se estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) prevendo redução de 1% a 1,5% na taxa de crescimento mundial.
A Vale detém a melhor posição no ranking das maiores minas do país, feito pela revista Minérios & Minerales, com 12 reservas mineiras, entre as 20 principais destacadas no mapa. Joseph Young, editor da publicação, informa que o levantamento é organizado por substância mineral, considerando a capacidade de produção das reservas. “Como o setor tem uma forte concentração, o ranking serve para mostrar onde estão as minas e as equipes que tocam a exploração, refletindo o fluxo crescente de investimentos na ampliação e abertura de reservas”, diz.
De 2004 a 2008, só em minério de ferro, a produção da Vale no estado cresceu 12% ao ano, segundo informações de Silmar Silva, diretor de ferrosos da empresa. Serão 215 milhões de toneladas este ano. Dentro dos planos da Vale até 2012, a produção de ferro da mineradora no Brasil chegará a 422 milhões de toneladas, das quais 50% no estado.
Minas é o maior produtor de minério de ferro do país, respondendo por 71% da produção nacional de 350 milhões de toneladas obtida no ano passado. O ranking das maiores minas inclui, ainda, depósitos de ouro no estado, a exemplo do mina Morro do Ouro, da Rio Paracatu Mineração, empresa do grupo canadense Kinross, que vai triplicar a sua produção atual de 5 toneladas por ano, e as reservas de fosfato de Tapira, no Alto Paranaíba, da Fosfértil.
Fonte: Padrão