“Nasci em São Paulo, capital, e desde pequena queria ser uma mulher independente. Por isso, sempre foquei muito nos estudos. Na minha família, ninguém trabalhou na indústria de mineração, mas me apoiaram em tudo. Como sempre tive facilidade com números, escolher a área de Engenharia foi algo natural. No Ensino Médio, eu já era uma entusiasta da área; e após as aulas de Química, eu não tive dúvida em relação ao curso superior.

Aos 17 anos de idade, fui para Campinas, pois havia sido aprovada na Unicamp para cursar Engenharia Química. Em 2003, me mudei para Santos, e comecei a atuar na Copebras, em Cubatão. Fui morar sozinha, recém-formada, repleta de expectativas. Tudo era uma descoberta. Foi um momento de aprendizado intenso. E o fato de ser apaixonada pelo que faço, pelas escolhas que tinha feito até então, acredito que tenha deixado as coisas mais fáceis, apesar de todas as dificuldades que um profissional tem no início da carreira. Lembro, como se fosse ontem, do meu primeiro dia de trabalho como trainee. Eu estava muito feliz, ansiosa e entusiasmada. É uma motivação que levo até hoje: recordar do quão feliz estava no dia em que tudo começou. 

Foram nove anos na Baixada Santista, até que, por uma oportunidade, em 2012, fui transferida para Copebras, em Catalão, no interior de Goiás, onde estou atualmente. Fui trainee, engenheira de processo, engenheira de produção e coordenadora de produção. Participei de testes industriais, desenvolvimento de novos produtos e novas rotas de produção. O ano de 2013, já em terras goianas, foi um dos mais marcantes. Foi meu primeiro ano na planta de Catalão e recebi o desafio de liderar um aumento de produção significativo. Foi sensacional! Conseguir fomentar nas pessoas a vontade de chegar naquele recorde. Morro de orgulho da minha equipe daquele ano.

No início de 2018, quando estava como coordenadora de Produção na CMOC, surgiu uma oportunidade com gerente em uma misturadora de fertilizantes. Por ser um cargo de gerência, acabei aceitando. Fiquei um ano e meio nesta posição e foi um período muito enriquecedor. Além de produção, também era responsável pelos processos administrativos (balança, faturamentos, notas, almoxarifado, manutenção, PCP, qualidade e RH). Foi uma imersão em funções que não havia vivenciado antes e que ampliou minha visão sobre negócios. Há alguns meses, surgiu a oportunidade na gerência de Operações na CMOC. Decidi voltar, pois além de ser a função que, por muitos anos, me preparei para assumir, tenho amplo conhecimento dos processos da companhia e acreditei que poderia contribuir muito mais.

Já são 15 anos neste segmento. Eu respiro, admiro e sou apaixonada por Mineração. Desde o início da minha carreira, trabalho basicamente em um universo mais masculino, entretanto venho construindo relações baseadas no respeito e na confiança. Assim, isso nunca foi um problema. Tenho 15 coordenadores (entre os de Produção, Manutenção e Logística) que são do meu time direto. Mas, no total, somos 400.

O primeiro grande desafio de ser gerente de Operações é viabilizar que as pessoas certas estejam nos lugares certos. Assim, ficam felizes e entregam os melhores resultados. Outro ponto importante é construir relacionamentos sólidos, especialmente com os pares, de forma a prover recursos para que a equipe possa desenvolver suas atividades atingindo os resultados propostos. Um terceiro desafio, e penso que seja o maior deles, é manter um processo de comunicação eficaz com as equipes, para melhor mobilizar, direcionar e atingirmos os resultados desejados juntos.

Nós, mulheres, somos minoria, mas somos fortes, dóceis, decididas e com habilidades e competências únicas. O diferencial para o setor da indústria da mineração, e acredito também que seja válido para qualquer outra área ou segmento, é o brilho nos olhos. E possamos fazer a diferença agregando nossos valores aos valores da companhia. “Seja a mudança que você quer ver no mundo”, dizia Mahatma Gandhi.