O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apresentou à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA), plano de trabalho para exploração mineral de uma área de 3 mil km² localizada em águas internacionais do Atlântico Sul, numa região conhecida como Elevado do Rio Grande, situada a mais de 1.500 km da costa brasileira.A proposta foi elaborada com base nos dados coletados pelo Programa de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico Sul e Equatorial (PROAREA), que está sendo desenvolvido pela CPRM para ampliar a presença do Brasil em águas internacionais do Atlântico Sul.
De acordo com Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, estudos preliminares revelaram o potencial mineral da região, onde foram encontradas crostas ferromanganesíferas com indícios de ferro, manganês e cobalto. “Além do caráter estratégico, essa iniciativa brasileira traz em seu bojo a formação de recursos humanos e o desenvolvimento tecnológico”, avalia.
Ele explica que a proposta apresentada à ISBA foi aprovada pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) e se for aceita, o Brasil terá 15 anos para pesquisar o local. “Estamos iniciando uma nova fase nas pesquisas de geologia marinha, que envolvem o desenvolvimento de tecnologias para exploração dessas áreas”, destaca. Segundo ele, as pesquisas estão sendo realizadas por equipes multidisciplinares formadas em diversas áreas de conhecimento. Entre elas, geologia, biologia, geofísica, além de estudantes, para formar futuros pesquisadores. “A ideia é permitir a iniciação cientifica, a geração de conhecimento e a capacitação de especialistas para que o país possa estar apto a pesquisar e explorar minerais em águas profundas”, explica.
O projeto envolve cerca de 80 pesquisadores de diversas instituições e conta com parcerias de universidades. Nos últimos quatro anos foram investidos cerca de R$ 90 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas pesquisas no Atlântico Sul. Para 2014, estão previstos mais R$ 20 milhões e para os próximos cinco anos R$11 milhões serão gastos em pesquisas na Elevação do Rio Grande, com a aprovação do pedido brasileiro pela ISBA.
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