Em apresentações para investidores e analistas em Londres e Nova York, no início de dezembro, a mineradora Vale expôs o planejamento estratégico para 2018 e próximos anos. De acordo com o diretor-presidente, Fabio Schvartsman, a companhia terá foco em abrir caminho para a criação de valor da empresa, através de iniciativas divididas em quatro pilares: melhoria do desempenho, estratégia clara, evolução na governança e referência em sustentabilidade.
Após reestruturação societária, a Vale migrou para o Novo Mercado no dia 22 de dezembro. Com isso, a empresa espera que o EBITDA do negócio de minerais ferrosos cresça na faixa de US$ 1,2 a US$ 2 bilhões, por volta de 2020, com ganho de US$ 3 a 5/t em eficiência, por cima de US$ 1/t já ganho na cadeia de suprimento em 2017.
Mineradora aplica US$ 150 mi em plantas
De acordo com Peter Poppinga, diretor-executivo de Minerais Ferrosos, “os investimentos em inovação e automação vão aumentar a eficiência operacional e valorizar os produtos premium de minério de ferro”, ressalta – isso inclui investimentos nas minas, plantas e logística. Um dos maiores investimentos ano que vem será na retomada das plantas de pelotização em São Luís (MA) e Tubarão (ES), com aplicação de US$ 150 mi.
Ramp-up do S11D está em +80%
A Vale afirmou nos evento no exterior que os quatro sistemas truckless do projeto S11D, no Pará, estão operando acima de 80%, na taxa de 6.500 t/h Vs capacidade de 8.000 t/h. Quando finalizado, o ramp-up do S11D reduzirá os custos em 47% das operações, segundo a empresa – e ao ser concluído em 2020, a mineradora estará produzindo no complexo 90 milhões de t/ano de minério de ferro.
O Centro de Operações Integradas (COI), recém-instalado na unidade da empresa de Águas Claras, Nova Lima (MG), dará suporte à gestão da cadeia de valor, com forte ênfase na logística que inclui os fretes marítimos.
Salobo III terá US$ 400 mi
Em Sossego, a empresa busca acessar o minério de maior teor no fundo do pit, empregando caminhões menores, além de estender a lavra à cava Pista; Salobo III consiste em expansão para 36 milhões t/ano, além de processar minério estocado (50 mil t/ano de cobre em concentrado); Victor é o depósito de alto teor em Sudbury, no Canadá, com potencial para 500 mil t/ano Cu e 200 mil t/ano Ni. Em Salobo, a mineradora ainda pretende investir US$ 400 milhões.
Tecnologias digitais na linha de frente
A mineradora cita como exemplos de tecnologias em fase de adoção os caminhões autônomos, sistemas analíticos preditivos, mais “inteligência” em planejamento e processos; inspeção e manutenção automatizadas; monitoramento de desempenho em tempo real — para alcançar ganhos de 8% na performance dos ativos; 11% em manutenção; e 5% na eficiência da força de trabalho.
Vale reduz capex de projetos de níquel em
US$ 1,6 bi
Ao reduzir a produção das minas de níquel em 40% em 2017 e 53% em 2018, em vista do preço spot do metal, a empresa cortou as inversões capex no valor acima nos projetos VNC, Voisey’s Bay, Thompson e na Indonésia. Em contrapartida, investirá mais na produção de cobre.