A Vale decidiu reduzir a produção de minério de ferro em volume equivalente a 30 milhões de toneladas métricas anuais. Com a medida, a empresa busca adequar-se ao cenário de desaceleração do crescimento da economia global, como explicou por meio de fato relevante divulgado nesta sexta-feira.
“A intensificação da crise financeira global a partir de setembro deste ano aprofundou de maneira substancial seu impacto recessivo sobre a economia global”, comentou a mineradora. “O novo cenário global exige, portanto, que a Vale ajuste seus programas de produção em diversos países, o que implicará redução de ritmo relativamente aos níveis praticados até setembro de 2008”, emendou.
Assim, a partir de amanhã, dia 1 de novembro, serão paralisadas “as atividades de algumas minas, produtoras de minérios de menor qualidade, localizadas nos Sistema Sul e Sudeste, no estado de Minas Gerais. Estas unidades apresentam maior custo e produzem minérios de qualidade inferior relativamente aos demais produzidos pela Vale”, observou a companhia. Os funcionários nessas unidades entrarão em férias coletivas.
Também no próximo mês, duas plantas de produção de pelotas serão paradas para manutenção. A Vale completou que as atividades produtivas de minério de manganês e ferro ligas no Brasil serão suspensas durante dezembro deste ano e o primeiro mês de 2009.
“Na França, a planta de ferro ligas de Dunkerque permanecerá desativada até abril de 2009, enquanto que, na Noruega, na planta de Mo I Rana, a parada para a reforma de um forno se estenderá até junho de 2009. Dessa forma, haverá redução de produção de 600.000 toneladas métricas de minério de manganês e 90.000 toneladas métricas de ferro ligas relativamente ao programado para o primeiro semestre de 2009”, sustentou a Vale no fato relevante.
A mineradora acrescentou que está deixando de usar energia de geração termelétrica na Indonésia, de custo mais alto. Isto implicará um enxugamento na produção de níquel ao redor de 20%, ou 17.000 toneladas métricas. Na China, a refinaria de níquel em Dalian seguirá operando a 35% de sua capacidade nominal de 60.000 toneladas métricas anuais.
Ficou decidido ainda a diminuição das atividades na subsidiária integral Valesul Alumínio S/A, no Rio de Janeiro, “que opera com custos relativamente elevados, especialmente em função do alto custo de energia elétrica, insumo extremamente importante para a produção do metal”. Em cumprimento de obrigações contratuais, a produção da Valesul será limitada a 40% de sua capacidade nominal de 95 mil toneladas métricas anuais.
Quanto à produção de caulim na Cadam S/A, no Amapá, haverá um corte de 30% relativamente à capacidade nominal de produção.
A Vale ressalvou, contudo, que dada sua confiança nos fundamentos de longo prazo dos mercados de minérios e metais, implementará o plano de investimentos para 2009 como anunciado no dia 16 deste mês, “o que certamente contribuirá para a geração de milhares de empregos no futuro”.
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