Apesar da retração do setor de construção civil, principal consumidor do insumo, empresa busca aumentar eficiência e dar continuidade aos programas socioambientais na região do Rio Jacuí
Guilherme Arruda
Para o desenvolvimento de suas operações a companhia utiliza dois tipos de equipamentos: a draga de sucção que é móvel, autocarregável e autodescarregável e a draga de rosário, que é fixa na área de extração. Ao longo do tempo, a empresa consolidou uma gestão que prioriza tecnologia de ponta, monitoramento permanente de suas atividades e a preservação do meio ambiente.
“A mineração de areia é considerada um dos setores básicos da economia. É o bem mineral mais consumido no mundo depois da água e é fundamental para o setor da construção civil. Escolas, prédios residenciais, estradas, saneamento, pavimentações e edificações industriais, por exemplo, têm importância relevante para o progresso e bem-estar da população”, afirma Veronica Della Mea, diretora executiva da Somar.
Em 2008, a mineradora foi a primeira do setor a implantar o uso de GPS nas dragas que operam em sua jazida, possibilitando o monitoramento constante dos equipamentos, 24 horas por dia, e ainda podendo ser paralisados remotamente. Diariamente, a mineradora acompanha a preservação da vegetação nas margens da área em que minera no Baixo Rio Jacuí, a qualidade da água do rio, sua vazão e velocidade e realiza levantamentos batimétricos, análises granulométricas, controle de erosão e levantamentos aerofotogramétricos.
A Somar foi fundada em 1976 e no aguardo do processamento dos seus títulos de lavra, iniciou suas atividades somente em 1984. Foi a partir do primeiro desmembramento vertical do Brasil, ou seja, a separação de jazidas, que a empresa recebeu do Ministério de Minas e Energia 14 Portarias de Lavra que lhe conferem o direito de atuar no aproveitamento de areia. As autorizações foram reunidas nos únicos três grupamentos mineiros que existem no Estado do Rio Grande do Sul no setor da areia.
Antes da criação da Fepam – Fundação Estadual de Proteção Ambiental -, a Somar apresentou o primeiro Plano de Controle Ambiental – PCA – a então Secretaria de Saúde e do Meio Ambiente. Em 1994, a recém-criada Fepam realizou estudos que permitiram a empresa receber as primeiras Licenças de Operação, sistematicamente renovadas até hoje.
Entre as ações ambientais desenvolvidas pela companhia está o Projeto Elo Verde, uma parceria com o Comitê da Bacia do Baixo Jacuí para o replantio da mata nativa nas regiões ribeirinhas dos 40 municípios que integram a bacia hidrográfica. Na área de educação ambiental, a mineradora desenvolve o Projeto Margens Vivas, um estímulo a conscientização ambiental e ao plantio de mudas nativas em áreas públicas e mata ciliar na região do Rio Jacuí, Charqueadas e São Jerônimo. A iniciativa também já possibilitou a criação do primeiro arboreto didático do país em uma escola, feito pelos alunos do Instituto Estadual de Educação São Jerônimo.
No ano passado, a companhia doou duas lanchas voadeiras para instituições de grande importância social para a população de cidades banhadas pelo Rio Jacuí e arredores: o Grupo Escoteiro Jacuí e Bombeiros Voluntários. Os Bombeiros Voluntários de Charqueadas cooperam com o município no salvamento de pessoas e animais em situações de risco. São atendidos, em média, cerca de cinco ocorrências por semana, desde casos de incêndios e afogamentos, até a busca por desaparecidos.
Segundo o presidente do grupo comunitário de bombeiros, Carlos José Leão, o principal uso da lancha é para o resgate dos cidadãos que ficam ilhados durante os alagamentos. “As enchentes atingem centenas de moradias e, mesmo com uma equipe de 15 pessoas, não conseguimos agir de forma rápida para atender a todos em um curto período de tempo. Com a lancha, poderemos ajudar com mais eficiência e velocidade”, ressalta Leão.
Para o Grupo Escoteiro Jacuí, a lancha é muito útil para ações anuais de recomposição da mata ciliar e limpeza dos canais hídricos do Rio Jacuí, trabalhos realizados há 33 anos. “Nos últimos cinco anos, já retiramos mais de duas toneladas de lixo e plantamos 10 mil mudas na encosta do rio. A embarcação irá facilitar nossas ações no local e a coleta de ainda mais resíduos”, afirma Fernando Araújo, diretor técnico administrativo dos escoteiros.
De acordo com Veronica, a iniciativa está alinhada às atividades de sustentabilidade da mineradora na região. “É fundamental incentivar nos jovens escoteiros o cuidado com o Meio Ambiente”, comenta.
Periodicamente, a companhia realiza a Ação Ambiental Limpeza Prainha da Colônia, em parceria com Grupo Escoteiro Jacuí, fazendo o recolhimento de resíduos e o plantio de mudas nativas às margens do Arroio dos Ratos.
Em seu site na internet, a empresa disponibiliza ainda cerca de 100 estudos técnicos sobre as áreas de influência direta e indireta de suas operações desenvolvidas por equipes da unidade, consultores e universidades. Entre as pesquisas estão estudos como o de Levantamento da Mata Ciliar, que avalia de forma qualitativa e quantitativamente a vegetação das margens do rio Jacuí, o Monitoramento da Ictiofauna, responsável pela análise de espécies de peixes na área de influência direta na jazida da mineradora gaúcha, e o Monitoramento da Fauna Pulmonada, que identifica o território, as vias de circulação, a sazonalidade e os biótopos de ocorrência de cada uma das espécies que habitam a região de concessão da empresa.
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