RIO – O empresário Eike Batista acredita que o reajuste do preço do minério de ferro este ano deve ser de “no mínimo” 40%, devido ao aquecimento do mercado global para o insumo. Eike crê ainda que o movimento de crescimento da China não está perto do fim, o que deverá manter em alta a demanda pelo produto.

“O minério brasileiro é de grande qualidade e a China ainda deve ter, no mínimo, mais 20 anos de crescimento robusto”, frisou Batista.

A MMX, empresa controlada por Batista, anunciou hoje acordo de venda de parte de seus ativos para a anglo-sul-africana Anglo American por US$ 5,5 bilhões. Entre os ativos vendidos está as minas do Sistema Minas-Rio, inclusive um mineroduto que desemboca no Porto de Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro, de propriedade da LLX, outra empresa controlada por Batista.

Para escoar a produção pelo porto, a Anglo fechou acordo para pagar US$ 5,97 por tonelada, além de garantir 50% de qualquer mina em um raio de 5 quilômetros do Sistema Minas-Rio que venha a ser descoberta pela MMX (neste caso, o mesmo vale para minas descobertas na região pela Anglo American).

“Não é um acordo de separação (a Anglo já detinha 49% do Sistema Minas-Rio), mas uma simbiose”, disse Paulo Gouvêa, diretor jurídico da MMX.

Batista disse ainda que espera levantar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão com a abertura de capital da OGX, subsidiária da holding EBX dedicada ao setor de petróleo. Com isso, segundo ele, o valor de mercado da empresa pode saltar dos atuais US$ 12 bilhões para até US$ 13,5 bilhões.