Aumento de taxa média de alimentação da planta, redução do consumo de energia e das paradas para manutenção corretiva foram alguns dos benefícios conquistados pela unidade

O trabalho “Benefícios da aplicação da metodologia Lean Six Sigma para o aumento da produtividade mina-britagem”, de autoria de Paulo André Martins, Hugo Cliger, Vanessa Mendes, Edimar Teixeira, Danilo Fernandes e Aline Alvarenga, foi um dos agraciados pelo 18° Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira da revista Minérios & Minerales. O projeto contempla a implantação da cultura Lean Six Sigma, iniciada no segundo semestre de 2014 na unidade de Negócios de Fosfato da Anglo American, em Catalão (GO), e surgiu como importante ferramenta para dar suporte aos desafios enfrentados pelas equipes de mina e usina.

Para implantação do projeto, um time multidisciplinar foi escolhido para desenvolver o trabalho sob a liderança de um Green Belt e orientados pela área de Business Improvement. Após a definição das principais variáveis a serem monitoradas por um plano de coleta de dados e aplicando-se análise estatística, algumas causas foram detalhadas e ações priorizadas. Todo o esforço girou em torno do aumento da taxa de alimentação da unidade de britagem, buscando a formação e homogeneização das pilhas de estocagem de forma que não apenas a formação de “encabeçamento” fosse evitada, mas como também que houvesse tempo suficiente para se realizar a manutenção preventiva semanal em toda a unidade de britagem.

A metodologia utilizada no trabalho seguiu o modelo padrão Lean Six Sigma estruturada dentro da sequência do DMAIC (Define, Measure, Analyse, Improve e Control).

Com o crescente aumento na taxa de alimentação das usinas (6% entre 2014 e 2015), a estratégia de aumentar a taxa de alimentação da britagem tornou-se prioridade para as equipes de planejamento, manutenção e operação. Após análise,, a meta foi estabelecida: aumentar em 10% a alimentação média da planta de britagem. Os impactos positivos resultantes foram definidos como: redução na quantidade de manutenção corretiva; redução no consumo de energia da unidade de britagem; redução ou eliminação das quedas na taxa de alimentação das usinas de beneficiamento por encabeçamento de pilha.

Os indicadores do projeto foram definidos como: média horária de alimentação da britagem (t/h); frequência de manutenção corretiva (horas/dia), horas de estoque completo e consumo de energia (Kwh/t). Com a implementação das ações na etapa do IMPROVE, os primeiros resultados positivos surgiram rapidamente. A colaboração de todos com boas ideias e o engajamento das equipes trouxe confiança para a continuidade do trabalho. Alternativas simples deixaram de ser aleatoriamente exploradas e passaram a fazer parte de um padrão operacional.

A taxa média de alimentação passou, em menos de dois meses, de 882 t/h para 1005 t/h, um aumento de 14,2 % e o desvio padrão reduziu em 13,14%. A perda de produtividade no horário de retorno do almoço foi de 36,58% para 9,69% e nos horários de troca de turno as reduções foram entre 3% e 8%.

Alguns recordes históricos de produção diária foram superados em sequência. Constatou-se que o tempo de formação das pilhas foi reduzido, gerando um intervalo semanal de estoque completo necessário para a realização da manutenção preventiva. Comparando com o mesmo período do ano de 2014, houve um aumento de 76% nas horas de estoque completo após a implementação das ações em 2015. Outro resultado obtido diretamente da disponibilidade da planta para realização das manutenções semanais foi a redução na quantidade das manutenções corretivas, onde constatou-se uma redução de 24%.

Devido ao maior aproveitamento da capacidade do britador (segundo a empresa, ainda existe margem para melhorias), o consumo de energia na britagem foi reduzido em 5%, demonstrando o aumento da eficiência do processo. A formação das cabeças de pilha foi reduzida em 36% no último semestre de 2015, impactando diretamente no aumento de produção das usinas, registrado no ano por meio das 80t/h em média que deixaram de ser reduzidas da alimentação quando se retomava as cabeças de pilha.

Conheça os autores do projeto

Paulo André Andrade Martins, engenheiro de Minas de Fosfatos Ouvidor. Graduado em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Pernambuco, com especialização em Beneficiamento Mineral pela Universidade Federal de Goiás. Em 2014 obteve a certificação Green Belt pelo Setec Consulting Group e em 2015 participou da turma de Green Belts da Anglo American NNP.

Hugo Cliger Santos Nadler, gerente de Produção e Manutenção de Fosfatos Ouvidor. Graduado em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Campina Grande, com pós-graduação e Mestrado em Economia Mineral pela Universidad de Chile/Curtin University. Possui também MBA em Negócios pela Fundação Getúlio Vargas. Sua experiência profissional inclui passagens pela Vale, nos negócios de Minério de Ferro e Manganês, e pela NRN Detonações e Terraplanagem.

Vanessa Mendes da Silva, consultora nas áreas de Mina e Beneficiamento. Graduada em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Goiás e cursando Especialização em Tratamento de Minério pela Universidade Federal de Goiás. Desde junho 2015 é prestadora de serviço em engenharia de minas ao Departamento de Produção de Minério, na Anglo American Fosfatos Brasil.

Edimar Teixeira Vieira, engenheiro de Minas da área de Planejamento de Mina. Graduado em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Danilo Fernandes da Silva – Engenheiro de Minas Graduado pela Universidade Federal de Goiás.

Aline de Souza Alvarenga – Engenheira de Minas Graduada pela Universidade Federal de Goiás.

Leiana íntegra do trabalho “Benefícios da aplicação da metodologia Lean Six Sigma para o aumento da produtividade mina-britagem”.

Fonte: Revista Minérios & Minerales