Em outubro de 2008, em função da crise global, algumas plantas de pelotização da Vale foram paralisadas devido à baixa demanda por pelotas. Ao longo de 2009 e 2010, estas retornaram gradativamente a operar, mas não nos mesmos níveis de performance operacional praticados antes da turbulência econômica.
Finalmente, em 2011, com o aporte de grandes investimentos na recomposição de ativos, a plantas de pelotização da Vale restabeleceu parcialmente seus padrões de resultados. A partir desse momento, o novo desafio seria o de estruturar um processo de mudança e preparação das equipes e rotinas de manutenção para um novo modelo de gestão, onde necessariamente deveria se trabalhar com baixos custos de manutenção, confiabilidade e performance elevada e gestão integral de riscos. Sendo assim, foi criado um programa para a aplicação da gestão de ativos baseados em engenharia de confiabilidade, que foi implantado na pelotização a partir de 2011, que tem como principais objetivos melhorar e estabilizar, de forma sustentável, os resultados de performance, custos e riscos operacionais.
Aliadas às técnicas já conhecidas e aplicadas a manutenção industrial, e com o objetivo básico de avaliar e demonstrar o desempenho de suas plantas, a diretoria de pelotizações iniciou a aplicação de estudos de engenharia de confiabilidade (análises RAM – Reliability, Availability and Maintainability), associadas a uma análise da capacidade produtiva de suas usinas.
De maneira geral, o trabalho busca identificar, por meio de simulações de diagramas de blocos de confiabilidade (RBD), qual a performance dos principais equipamentos da planta, e Engenharia de confiabilidade aplicada como ferramenta estratégica para a gestão de ativos adicionalmente, visa fornecer indicadores e informações assertivas capazes de suportar decisões gerenciais focadas na otimização
de recursos, implantação de projetos ou melhorias, gestão de riscos e a substancial redução de custos de manutenção.
Com uma análise RAM, se torna possível, através de outras análises subsequentes, fazer as seguintes determinações, como: políticas de manutenção otimizadas; periodicidade ideal para as intervenções preventivas, preditivas e overhaul; estoques de peças sobressalentes com a máxima precisão; equipamentos críticos (bad actors); e melhores fornecedores de equipamentos (custo versus benefício).
Outras metodologias relacionadas à gestão de ativos e apoiadas pela engenharia de confiabilidade também foram aplicadas, dentre elas, cita-se: análise de dados de vida; confiabilidade de sistemas; manutenção centrada na confiabilidade (RCM); análise de falha e análise de causa raiz (Xfracas), motivo, causa, solução (MCS); análise dos modos e efeitos de falha (FMEA), entre outras.
Fundamentalmente, a engenharia da confiabilidade aplicada na manutenção está nos seus benefícios financeiros. Porém, além da redução de custos e dos ganhos específicos de cada atividade, a implantação dessa disciplina no ambiente corporativo de maneira sistemática também traz outros benefícios e vantagens, como: realizar um planejamento consistente para a engenharia de manutenção com confiabilidade, permitindo a redução de até 75% na quantidade de planos de manutenção; definir as políticas de manutenção, com significativas reduções de custos anuais; projetar com precisão os estoques de peças sobressalentes; aperfeiçoar e treinar a equipe de engenharia para reduzir o tempo de paradas, as falhas de equipamentos e o custo global; determinar a confiabilidade e a disponibilidade do processo de produção, aumentando a visibilidade e assegurando o cumprimento de metas de produção; simular cenários otimizados; e calcular o risco operacional, com a possibilidade de renegociar o valor do prêmio do seguro.
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