Colaboração e capacitação: Caminhos para a digitalização da engenharia no Brasil

Colaboração e capacitação: Caminhos para a digitalização da engenharia no Brasil

A baixa digitalização na engenharia brasileira continua sendo um desafio para o setor. Além disso, a falta de integração e colaboração entre os participantes de projetos limita a evolução tecnológica. Nesse contexto, a PARS e a Autodesk, com apoio da Vale, realizaram um evento em Belo Horizonte para discutir ações de inovação e promover a engenharia digital. O objetivo principal é padronizar e escalar conceitos de engenharia e construção digital junto a construtoras, montadoras e gerenciadoras.

Engenharia Digital: A Importância da Colaboração

Rodrigo Fabrini, gerente de engenharia de projetos FEL 2 e FEL 3 da Vale, destacou a importância da colaboração para o sucesso da metodologia BIM.

“A palavra-chave é colaboração. O ganho de utilizar o modelo BIM é muito grande, desde as fases iniciais até a entrega. Deste modo, o grande vencedor será sempre o projeto”, afirma Fabrini.

Cristian Lourenço, responsável por projetos de infraestrutura da Vale, complementa que o ambiente colaborativo traz celeridade aos projetos:

“Podemos otimizar o tempo dedicado à análise e verificação de projetos, tornando-os mais dinâmicos e com maior qualidade.”

Capacitação: O Pilar da Transformação Digital

Outro tema amplamente discutido foi a necessidade de investir em capacitação. Kleber Moreira, gerente de projetos da Vale, apontou que o treinamento das equipes é essencial:

“Precisamos treinar as pessoas e tirar o medo de utilizar ferramentas tecnológicas. Sem envolvê-las, nada acontece.”

Além disso, ele destacou a necessidade de revisar contratos com empresas parceiras, para que incentivem a colaboração e minimizem retrabalhos, uma opinião compartilhada por Stefânia Correa, gerente de BIM e Agile da CCCC Concremat:

“Hoje, esbarramos em questões contratuais que acabam gerando retrabalho. A colaboração precisa acontecer desde o início do projeto.”

Modelos Digitais: BIM e Outros Avanços Tecnológicos

Especialistas como Gustavo Brito, da Andrade Gutierrez, reforçaram os benefícios de implementar metodologias como BIM, AWP e Lean Construction, enquanto Lucas Santana, da construtora Barbosa Mello, destacou como essas tecnologias estão transformando a engenharia:

“O setor, que era artesanal, agora visualiza projetos de forma 100% digital e dinâmica, simulando até o local de implantação.”

Afonso Barbosa Mello, fundador da construtora, relembrou a evolução rápida da engenharia digital:

“O modelo BIM chegou para ficar, e acredito que ainda vamos experimentar outros benefícios.”

Erros e Aprendizados na Digitalização

Renato Gama, da LPC Latina, compartilhou os desafios enfrentados pela empresa ao iniciar a digitalização:

“Até 2014, tínhamos ferramentas, mas o que fazíamos não era BIM. A ‘virada de chave’ ocorreu quando passamos a colaborar mais com as empresas envolvidas nos projetos.”

Renato destacou um caso de sucesso, onde os fundadores da empresa migraram de anotações em papel para a utilização de plataformas digitais, mostrando como a inclusão das pessoas é crucial para o processo.

Os Três Pilares da Engenharia Digital

Victor Diniz, executivo da Autodesk, destacou os principais pilares para ampliar a engenharia digital:

  1. Tecnologia: Ferramentas avançadas para integrar processos.
  2. Processo: Revisão e aprimoramento das metodologias de trabalho.
  3. Pessoas: Capacitação contínua e mudança de mentalidade.

Victor também mencionou ações da Autodesk, como a oferta de licenças educacionais gratuitas e a criação de centros de treinamento credenciados para ensinar o uso de suas ferramentas.

“Sem capacitar, nada disso funciona. O foco é sempre nas pessoas”, conclui.

Caminho para o Futuro da Engenharia Digital

O evento promovido por PARS, Autodesk e Vale trouxe à tona a necessidade de colaboração, capacitação e revisão de processos para alcançar uma engenharia mais digital, eficiente e sustentável. Os participantes concordam que o modelo BIM e outras tecnologias já estão moldando o futuro do setor, mas é preciso ir além, envolvendo todos os stakeholders desde as etapas iniciais dos projetos.

A Engenharia Digital no Brasil: Colaboração, Capacitação e Inovação em Foco

A baixa digitalização da engenharia no Brasil tem sido apontada como um entrave para a evolução do setor. Em resposta a essa realidade, a PARS e a Autodesk, em parceria com a Vale, organizaram um evento em Belo Horizonte para fomentar a inovação e a colaboração no setor. O encontro teve como foco apresentar ações de engenharia e construção digital promovidas pela Vice-Presidência de Projetos da mineradora, com o objetivo de padronizar e escalar conceitos junto a construtoras, montadoras e gerenciadoras.

Entraves Contratuais e Soluções Inovadoras

Stefânia Correa, gerente de BIM e Agile da CCCC Concremat, ressaltou que os contratos atuais nem sempre incentivam a colaboração. “A tecnologia não é mais um entrave. O problema está nos processos e contratos entre as empresas envolvidas”, explicou. Ela defendeu que a colaboração deve começar nas etapas iniciais do projeto, gerando benefícios para todas as partes envolvidas, especialmente para o cliente final.

Já Kleber Moreira, gerente de projetos da Vale, reforçou que a ampliação da digitalização também depende de mudanças contratuais e de capacitação.

“O desafio é ser mais competitivo e produtivo. Precisamos treinar as pessoas, investir em processos e eliminar o medo de usar tecnologia”, comentou.

Transformações e Impactos no Setor

Lucas Santana, supervisor de BIM da Barbosa Mello, destacou como a digitalização está mudando a mentalidade no setor. “Mesmo a ‘velha guarda’ da engenharia está descobrindo os benefícios das ferramentas digitais, que permitem visualizar projetos de forma dinâmica e precisa”, afirmou.

Renato Gama, Diretor Executivo da LPC Latina, compartilhou como sua empresa superou desafios ao adotar o BIM. Segundo ele, a chave para o sucesso foi alinhar a comunicação entre as partes envolvidas nos projetos. “Conversar e integrar as etapas do processo foi essencial para melhorar os resultados”, contou.

O fundador da construtora Barbosa Mello, Afonso Barbosa Mello, relembrou a transformação tecnológica que vivenciou. “Saímos de projetos feitos com régua ‘T’ para o 3D. O BIM chegou para ficar e ainda promete trazer muitos benefícios”, comemorou.

O Papel da Capacitação

Victor Diniz, executivo da Autodesk e mediador do evento, destacou a importância de capacitar pessoas para ampliar a adoção do BIM e da engenharia digital. “Sem capacitação, nada funciona. A Autodesk oferece licenças educacionais gratuitas e centros de treinamento para qualificar o mercado”, finalizou.

O evento deixou claro que o futuro da engenharia no Brasil depende de investimentos em tecnologia, mudanças contratuais e, acima de tudo, de uma cultura de colaboração e capacitação contínua.

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