De acordo com Fernando Valverde, presidente executivo da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac), o setor de agregados deve fechar 2015 com um recuo de 40% no volume de vendas. A fraca atividade econômica e a diminuição das obras de infraestrutura e moradia impactaram no desempenho do setor, segundo Valverde.
Para o ano que vem, Valverde prevê uma leve melhora, mas ainda um desempenho abaixo dos últimos anos. Segundo ele, a capacidade produtiva instalada do setor de areia e brita, que é de 870 milhões t por ano, está longe de ser totalmente ocupada. “Este ano é para ser esquecido. O ano que vem é uma incógnita em função da situação politica e econômica que o País enfrenta. Posteriormente, projetamos uma retomada entre 3% a 4% ao ano, pelos próximos cinco anos. O consumo anual per capita deverá se elevar dos atuais 3,7 para 4,2 t agregados”, afirmou o executivo durante o encontro anual das associações ligadas ao setor – Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (Anepac), Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado de São Paulo (Sindipedras) e Sindicato das Indústrias de Extração de Areia do Estado de São Paulo (Sindiareia).
Além da queda na demanda por areia e brita, Valverde afirmou que o maior gargalo estrutural do setor refere-se à convivência com o entorno das minerações, causada pela falta de planejamento dos governos, especialmente o municipal, que é o responsável pelo uso do solo. Ele ressalta que enquanto os planos diretores municipais não contemplarem a mineração como atividade de uso e ocupação do solo como as demais atividades econômicas, a tendência é o agravamento da situação. “A função principal do planejamento da atividade seria o de reservar e proteger áreas em extração e outras com potencial para serem explorados. Ainda persiste entre os administradores públicos a noção distorcida de que os recursos minerais para a produção de agregados para a construção são abundantes. Uma pedreira ou um porto de areia não passam de um “estorvo”. Quanto mais longe estiverem dos olhos dos cidadãos, melhor”, completa.
Fonte: Revista Minérios & Minerales
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