A mina Turmalina, da Jaguar Mining, que explora ouro em Conceição do Pará (MG), está em plena fase de automação de processos de mina e planta. De acordo com Antônio Augusto Nunes Ferreira, Engenheiro de Controle e Automação da Jaguar Mining – Unidade Turmalina, entre os principais benefícios de automatizar os processos, estão a redução de custos, a segurança e a qualidade do produto final.

Atualmente, a unidade possui 20% dos processos da mina automatizados e cerca de 80% na planta e, segundo Ferreira, já existem estudos para ampliar esse ciclo.

Entre os processos que passaram pela automação, a análise de vibração e monitoramentoon linede moinho foi desenvolvida em 2011, através do softwareVibnode, da fabricante MGS Tecnologia. “Nós sempre realizamos a análise preditiva da vibraçãooff lineindividualmente, então decidimos instalar um sistema online para maior confiabilidade e evitar surpresas”, explica o engenheiro. Com a implantação, o principal ganho no processo foi monitoramentoon line, que atualiza a equipe de qualquer problema ocorrido. Através de um gráfico, o sistema apresenta e identifica a mudança vibratória no moinho, para que seja tomada a providencia correta. De acordo com o nível da alteração, o próprio sistema pode parar automaticamente. “Os níveis adotados indicam padrões ideais de funcionamento das máquinas, para não comprometer os componentes. Dessa maneira, reduzimos os índices de parada do motor. Uma parada de moinho impacta bastante na produção”, aponta Ferreira, que estima redução de custo em 20% desde a implantação.

Outro processo de automação implantado na unidade foi o controle de demanda de energia elétrica, que é realizado desde o início da operação pelo software da empresa CCK Automação. O sistema monitora a entrada de energia e evita que o consumo seja maior do que o estabelecido em contrato com a concessionária de energia elétrica. No momento em que a demanda de entrada da carga se aproxima do limite contratado, o software alerta o operador para realizar a redução de carga. A unidade está em busca de aperfeiçoamento do sistema, para que o corte na demanda de energia seja setorizado e automático. “Estamos melhorando o software, que irá, além de indicar o momento que a carga elétrica poderá ultrapassar o limite, definir de forma inteligente quais equipamentos poderão ser parados para evitar a sobrecarga. Assim, o próprio software identifica qual a parada a ser feita”, explica o engenheiro. Oup gradepara essa versão mais “inteligente” está programado para 2014.

Entre os benefícios imediatos, o sistema auxilia no controle de um problema pontual, que é a multa gerada por ultrapassar o limite contratado, e também analisa todo o consumo de energia diária, semanal, mensal e anual. Dessa forma, a unidade consegue se programar e indicar uma demanda de energia correta.

Outro sistema adotado é a automação de ventilação da mina subterrânea, implantado em fevereiro de 2012, como explica Ferreira. “A nossa mina subterrânea é o coração da unidade. De onde retiramos todo o minério.Pelas técnicas conhecidas, para automatizar o local precisa-se de investimentos elevados. Instalamos grandes ventiladores com dois motores de 350cv cada um para iniciar o processo de automação”.

Anteriormente, os ventiladores eram acionados de forma manual em campo, o que gerava frequentes problemas de manutenção. Agora, o principal ganho foi o monitoramento remoto e exato, que gera redução de custo, paradas e manutenções corretivas.

A unidade planeja também automatizar o bombeamento de água da mina, implementando sensores na contenção e monitorando remotamente. O processo está em fase de estudo e viabilidade.

Cabine de controle do virador de vagões da Alcoa

Alcoa

Na unidade de Juruti, toda área de planta e operação são automatizadas desde o início da operação. Os principais processos de automação são o de britagem, que possui sistema supervisório (a partir da sala de controle), no qual controla o nível dos chutes, vazão de bauxita britada, temperatura dos motores einterlocksde presença de metal na bauxita; o sistema de lavagem, que controla o nível dos ciclones, vazão das bombas, velocidade dos alimentadores, temperatura dos motores e presença de metal na bauxita.

Já as locomotivas no sistema de transporte possuem um sistema supervisório (com interface para tratamento de dados via computador), que controla velocidade, temperatura dos motores/geradores, torque de tração e sistema de frenagem. Ocar dumper(descarregador automático de vagões) é feito automaticamente pelo “braço de transferência” e descarrega a composição em ciclos pré definidos pelo sistema supervisório.

Oreclaimer(retomadora do pátio de bauxita) eship loader(carregador de navio) podem operar em modo automático com taxa fixa média de 2000 t por hora. O sistema supervisório, monitorado da sala de controle do Porto, controla a retomadora e o carregador de navio.

Para a mineradora, os principais ganhos são em produtividade (recursos reduzidos de operadores de processo); disponibilidade de dados históricos para análise e melhoria de processo e no monitoramento remoto e maior confiabilidade.