Empresários de mineração apontam que a crise financeira estancou o crédito às “juniors companies”, o que reduziu em 90% a atuação dessas empresas no Brasil. Isso porque vinham sendo financiadas em operações nas bolsas de valores, em especial, a de Toronto, no Canadá. Essas pequenas empresas são responsáveis pela descoberta de novos potenciais minerais em várias partes do País.
Sem financiamento, a pesquisa de novas jazidas minerais está seriamente comprometida. “A intervenção do governo é crucial para reduzir os custos da mineração”, alertou Ericsson. “A solução para isso seria autorizar que essas empresas de pesquisa pudessem oferecer o direito mineral como garantia real nos financiamentos”, afirma o Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) Paulo Camillo Penna.
Na contramão do que recomendou o especialista sueco, governadores, prefeitos e deputados têm defendido publicamente o aumento da carga tributária da mineração brasileira. É o que propõe, por exemplo, o relatório da Reforma Tributária, que está em discussão no Congresso Nacional. A mineração brasileira é a que paga mais tributos, taxas e contribuições, na comparação com seus principais competidores internacionais, aponta estudo do IBRAM/Ernest & Young.
As projeções de Magnus Ericsson para a mineração internacional são positivas. A crise provocou ligeira queda na produção e nos preços dos minérios momentaneamente, mas, no médio prazo, a tendência é um novo “boom” mineral. “A urbanização vai continuar crescendo, assim como nível de conforto exigido pelas populações por meio de novos equipamentos, como os eletroeletrônicos e informatizados. Isso tudo gera demanda maior por minérios e, em razão do declínio nos investimentos em pesquisa mineral, caem as chances de descoberta de novas jazidas, o que vai encarecer o preço dessas commodities”, avaliou o especialista sueco.
Fonte: Padrão