A Anglo American e a Casa dos Ventos se tornaram acionistas de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) para a produção de energia renovável no parque Eólico Rio do Vento, um dos maiores empreendimentos eólicos do mundo, no Rio Grande do Norte. A Casa dos Ventos investirá R$ 2,4 bilhões na construção de oito parques eólicos, dos quais três serão destinados à produção de energia para a Anglo American. As obras de construção do empreendimento serão entregues no segundo semestre de 2021.
A mineradora será sócia do empreendimento, tornando-se a primeira unidade do grupo Anglo American no mundo a ser autoprodutora de energia. Ao todo, o parque eólico Rio do Vento terá capacidade instalada de 504 megawatts (MW), dos quais 195 MW serão destinados para atender o consumo da Anglo American. Essa aquisição representa o maior volume de compra de energia renovável com autoprodução realizada diretamente entre um consumidor e um gerador de energia no país. Com ela, em 2022, a energia consumida nas operações da Anglo American no Brasil será 96% renovável. O contrato tem validade até 2041 e será responsável pelo fornecimento de cerca de 30% de toda a energia consumida pelas plantas da Anglo American no Brasil.
“Essa é uma experiência inédita no grupo Anglo American. A gestão energética do Brasil é inovadora. Essa iniciativa resultará na redução de 430 mil toneladas de CO2 emitidas anualmente”, explica o CEO da Anglo American, Wilfred Bruijn. Além disso, segundo ele, a energia advinda desse contrato será certificada pelo sistema I-REC, que atesta o uso de fontes renováveis e o cumprimento de parâmetros internacionais de sustentabilidade pela planta. Para cada MWh gerado pelo contrato, será emitido um certificado totalizando mais de 832 mil certificados internacionais de energia renovável anualmente.
“Estamos nos tornando autoprodutores de energia de maneira a contribuir de forma decisiva com os objetivos do Plano de Mineração Sustentável do grupo Anglo American, que tem entre suas metas reduzir a emissão de CO2 nas operações globais em 30% até 2030″, ressalta Bruijn. Segundo ele, esse é mais um passo dado pela empresa no sentido de atingir sua meta de utilizar 100% de energia elétrica a partir de fontes renováveis até 2022. Sozinho, o novo contrato representa uma redução de 30% nas emissões de carbono relacionadas ao consumo de energia elétrica pela companhia no país.
Os três parques eólicos previstos no contrato já estão sendo construídos nos municípios de Caiçara do Rio do Vento, Riachuelo, Bento Fernandes e Ruy Barbosa, no Rio Grande do Norte. Juntas, essas plantas produzirão 195 MW de energia, utilizando aerogeradores da fabricante dinamarquesa Vestas. Segundo o diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, “a autoprodução através da fonte eólica passou a ser alternativa mais competitiva para empresas que buscam garantir o suprimento energético sustentável”. Pare ele, a contratação por prazos maiores também garante previsibilidade, o que é interessante em países como o Brasil, onde existe uma alta volatilidade de preços.
A Casa dos Ventos tem se tornado referência no país no atendimento a contratos corporativos de energia renovável. “Desenvolvemos um modelo customizado, onde nossas contrapartes têm acesso à energia limpa e de baixo custo. Queremos auxiliar mais consumidores a atingirem suas metas de sustentabilidade e reduzirem seu custo final de energia”, conclui Araripe.
A estratégia da Anglo American de ampliar suas fontes de energia renováveis vem se consolidando em seus últimos contratos de energia. Em janeiro de 2020, a companhia assinou a aquisição de 70MW médios por 15 anos de energia solar junto à Atlas Renewable Energy. A empresa de energia está investindo R$ 881 milhões na construção de um parque solar no município de Pirapora, em Minas Gerais.
Além disso, em dezembro de 2019, a mineradora firmou acordo com a AES Tietê para compra de 70 MW médios de energia eólica, também por 15 anos. Estão sendo investidos R$ 670 milhões na construção do parque eólico. Com as três aquisições, a Anglo American soma 235 megawatts médios provenientes de energia renovável.