Projeto de exploração mineral foi desenvolvido com o objetivo de otimizaras atividades de sondagem e amostragem

Cid Gonçalves Monteiro Filho, geólogo da Vale, apresentou o trabalho “Análise de risco aplicada ao planejamento de lavra” durante a programação do VII Workshop de Redução de Custos na Mina e na Planta da revista Minérios & Minerales

O projeto foi motivado pela não existência de critérios numéricos para a avaliação do risco no planejamento de lavra e tem como objetivo definir malhas de sondagem e/ou amostragem adequadas a serem aplicadas nas operações das minas de minério de ferro da Vale.

Proposta do estudo foi obter um bom parâmetro para reduzir o custo da amostragem e evitar áreas de alto risco

A metodologia de Análise de Risco considera as características intrínsecas de cada depósito mineral. A proposta da Vale com o estudo foi um obter um bom parâmetro para reduzir o custo da amostragem e evitar áreas de alto risco nas etapas de planejamento mineiro.

“Com esta metodologia podemos também calcular diferentes malhas de amostragem para diferentes depósitos, seguindo as complexidades geológicas locais, de modo a otimizar futuros trabalhos de exploração. No planejamento de curto prazo, o método identifica áreas de maior risco e que necessitaram de maior suporte amostral”, explica Cid.

O projeto baseou-se no critério geoestatístico aplicado pela Geologia de Longo Prazo na classificação de recursos e envolveu a criação de um parâmetro de categorização da reserva em um plano de lavra, denominado risco_cp, subdividido em três classes: baixo, médio e alto. Este índice combina o cut-off econômico de minério com a variância de krigagem.

Em uma reserva categorizada no nível alto é aconselhado a postergação de lavra, priorizando a amostragem/sondagem e o adensamento dos períodos de mapeamento. No nível médio é indicado uma atualização do mapeamento geológico, atividades de amostragem da superfície e acompanhamento de lavra. No baixo, as atividades de lavra estão liberadas.

A influência da variação da malha de sondagem na categorização dos riscos foi simulada, criando-se malhas regulares de sondagem “virtuais” com espaçamentos diversos, as quais foram comparadas economicamente entre si.

A influência da variação da malha de sondagem foi simulada criando-se malhas regulares de sondagem “virtuais”

Com a aplicação da técnica, considerada durante a elaboração do plano de lavra (mensal, trimestral, semestral, anual, etc.), cinco minas da Vale reduziram o custo de sondagem e/ou amostragem em torno de R$ 36 milhões/ano, quando comparadas ao custo da malha tradicionalmente usada empiricamente (25m x 25m), resultando em uma economia de até 80%.

O projeto possibilitou ainda a redução da exposição do funcionário ao risco ao diminuir a sondagem e amostragem, padronização das práticas de avaliação de recursos e riscos entre o planejamento de longo e curto prazo; melhoria no direcionamento das campanhas de sondagem/amostragem, possibilitando melhorar a aderência nos planos de lavra; além da possibilidade de estender o estudo para as demais minas e projetos da Vale.

Fonte: Revista Minérios & Minerales