Na semana em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas (19 de abril) uma boa notícia para o povo Yanomami. O filme “A Queda do Céu”, que leva o mesmo nome do livro escrito pelo xamã Yanomami Davi Kopenawa e o antropólogo francês Bruce Albert, foi selecionado para estrear na mostra Quinzaine des Cineàstes – paralela ao Festival de Cannes, na França. O festival acontece de 14 a 25 de maio neste ano, e a data para primeira exibição de “A Queda do Céu” ainda deve ser anunciada.
Considerado um dos mais famosos e prestigiados eventos do cinema, o Festival de Cannes foi criado em 1946 e chega em sua 77ª edição. O anúncio sobre a exibição do documentário foi feito pela Aruac Filmes, produtora responsável, e divulgado pelo Instituto Socioambiental (ISA), apoiador do projeto.
O filme “A Queda do Céu”, dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, é centrado na festa Reahu, ritual funerário e a mais importante cerimônia dos Yanomami, que reúne centenas de parentes dos falecidos com a finalidade de apagar todos os rastros daquele que se foi e assim colocá-lo em esquecimento.
“É um filme onde a câmera não olha só para os Yanomami, mas para nós não indígenas também. E isso sempre foi um fundamento do filme tanto para mim quanto para Eryk. Trabalhamos para fazer um filme que expressasse a materialidade onírica de uma relação”, explica Gabriela.
A partir de três eixos fundamentais do livro (Convite, Diagnóstico e Alerta), o filme apresenta a cosmologia do povo Yanomami, o mundo dos espíritos Xapiri pë, o trabalho dos xamãs para segurar o céu e curar o mundo das doenças produzidas pelos não- indígenas, o garimpo ilegal, o cerco promovido pelo povo da mercadoria e a vingança da Terra.
Lançado em 2010, originalmente em francês, “A Queda do Céu: Palavras de um Xamã Yanomami” reúne reflexões de Davi Kopenawa, contadas ao seu amigo Bruce Albert, sobre o contato de seu povo com os não indígenas desde os anos 1960.
“O filme é um diálogo com o livro homônimo de Davi Kopenawa, xamã Yanomami e um dos maiores líderes indígenas do mundo, e Bruce Albert, antropólogo francês. A obra é considerada por muitos especialistas como uma das mais importantes da contemporaneidade”, explica a Aruac Filmes.
Além da produção da Aruac Filmes, o filme conta com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), co-produção da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Stemal Entertainment com Rai Cinema e produção associada de Les Films d’ici.
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