Incrível o nosso Brasil: País com inúmeras e extraordinárias oportunidades – como, por exemplo, na Infraestrutura -, não temos, entretanto, conseguido concretizá-las, embora bem conhecidas, ao tempo em que penamos em um cenário negativo que, segundo a conceituada Revista EXAME, na questão do Emprego, por exemplo, “7 demissões por minuto é a velocidade do desemprego no Brasil”, ou seja, e também segundo a mesma fonte, “Entre 2015 e 2016, 2 milhões de pessoas vão engrossar as estatísticas dos sem trabalho, um recorde na história do nosso país”.

Paradoxalmente, entretanto, enquanto vislumbramos este terrível cenário, são bem conhecidas no Brasil, somente no que respeita à infraestrutura, obras absolutamente necessárias à melhoria indispensável de nossas produtividade e competitividade, as quais totalizam investimentos de dezenas de bilhões de dólares americanos – e nos são essenciais! -, que, uma vez concretizadas, combateriam fortemente o trágico desemprego acima estimado.

É ainda a Exame quem destaca que «os investimentos em infraestrutura no (nosso) país saíram de uma média de 2,16% do PIB, nos anos 2000, para 2,36%, de 2011 para cá – ainda muito longe dos 5% sugeridos pelos especialistas como o mínimo para o país se recuperar do atraso na área. E, quando se tem a sorte de conseguir dotação no orçamento, surgem outros problemas”.

Para contribuir e tentar desatar este nó, Exame divulga “Estudo da consultoria KPMG, com mais de 100 empresas públicas e privadas pelo mundo, (o qual) apontou que 53% delas tiveram problemas de atraso ou sofreram revisão de orçamento”

“Qual a saída?”, pergunta a própria Exame, a qual, com base, segundo ela, “em uma dezena de specialistas, sobre o que é preciso fazer para tirar importantes obras do papel”, assim responde:

Assegurar o fluxo de recursos;

Melhorar os projetos;

Reduzir a burocracia;

Aperfeiçoar a Governança;

Repensar o arcabouço institucional.

Mas há luz no fim do túnel (e, felizmente,não é a da locomotiva que vem em sentido contrário): “A sociedade está se mexendo. A tendência é que o aprimoramento das regras seja estendido para estatais de um número cada vez maior de setores”, diz Joisa Campanher Dutra, Diretora do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getúlio Vargas, conforme publica a Exame, que ainda destaca sua visão, com a qual concordo plenamente, de que “Atrair o setor privado é, sem dúvida, o melhor caminho para evitar que falte dinheiro para infraestrutura” – como diz Wagner Cardoso, Gerente Executivo de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria, “O estímulo às concessões dos últimos anos foi um avanço. Colocando bons ativos na roda, a demanda aparece”.

E nós da Mineração, o que deveremos fazer? A meu ver, agirmos, com todo empenho, em nossas Entidades representativas e, também, juntamente com os nossos stakeholders, estarmos permanentemente em contato com as respectivas autoridades e tomadores de decisão a respeito, tudo com vistas à, com transparência, ética e objetividade, continuarmos a participar da construção de um Brasil cada vez melhor, para os nossos filhos e netos.

*Engenheiro de Minas e Metalurgista, EEUFMG, 1961. Ex-Aluno Honorário da Escola de Minas de Ouro Preto. Presidente da J.Mendo Consultoria Ltda. Fundador e Presidente do Ceamin – Centro de Estudos Avançados em Mineração. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas e Presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia da Entidade. Coordenador, como Diretor do BDMG, em 1976, da fundação do Instituto Brasileiro de Mineração – bram. Como representante do Ibram, um dos 3 fundadores da Adimb – Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira. Ex-Conselheiro do Cetem – Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte: Revista Minérios & Minerales