Muito já se escreveu sobre o movimento que fez a civilização alcançar um avanço significativo em conhecimento, numa determinada época, que por sua vez, lançou as fundações da tecnologia atual. Um livro instigante recente de David Wootton abre nova perspectiva sobre a revolução científica que ocorreu em meados século 20, afirmando literalmente que a ciência moderna foi “inventada” entre 1572 e 1704 por um nobre dinamarquês, Tycho Brahe, que identificou uma estrela nova na constelação de Cassiopeia, brilhando bem acima da órbita da Lua, contrariando a crença generalizada da época. Ao iniciar um programa penoso — pelos recursos disponíveis na época — para monitorar as estrelas no seu observatório construído no palácio de Uraniborg, a astronomia tornou-se a primeira ciência.
As fases de Venus, reveladas por Galileu, foi o fato subseqüente mais notório, porque provou que um planeta orbitava o sol e não a Terra. Quase foi para a fogueira da Inquisição por conta dessa descoberta — que teve até que renegar. Blaise Pascal, um matemático francês, mostrou que a altura do mercúrio num barômetro refletia o peso da atmosfera, e não a ocorrência do vácuo, conforme queria Aristóteles.
Isaac Newton demonstrou com um prisma de cristal que a luz branca na verdade é composta por uma mistura de diferentes raios coloridos. Quando publicou esta descoberta — vista como um marco fundamental da Ciência — e suas consequências daí decorrentes no livro Opticks, em 1704, o conceito da natureza mudou radicalmente — e para sempre.
O telescópio que Galileu inventou era chamado por ele de perspicillum. Tinha 1.237 mm e era construído por dois tubos semicilindricos presos com fios de cobre e revestidos de papel. A objetiva era uma lente biconvexa de 51 mm e a outra lente era plano-convexa de 16 mm; aumentava 14 vezes e tinha um campo de visão suficiente para metade do diâmetro da lua cheia. Era rudimentar mas suficiente para que Galileu afirmasse que a superfície da lua era rugosa e acidentada, observação essa que ele reproduziu em desenhos.
Newton decompôs a luz branca em raios coloridos com um prisma de cristal. Galileu construiu seu perspicillum com lentes de vidro, produzido por meio de fusão de areias de quartzo. Sem exagero, podemos afirmar que os minerais estavam presentes nesta época histórica quando experimentos foram feitos que deram origem a conhecimentos, cujo conjunto passaria a ser designado como Ciência.
A indústria da mineração deve se orgulhar da sua participação nos primórdios da história da Ciência, bem como da sua contribuição na melhoria da qualidade de vida ao longo da trajetória do homem através dos tempos. Mas ela precisa manter um diálogo permanente com a opinião pública — porque ninguém na verdade deseja ter essa atividade “no seu quintal”.
Fragmento de um dos cadernos de Newton
Fonte: Revista Minérios & Minerales
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