A indústria brasileira extrativa de minérios não será prejudicada com o colapso vivido pela economia mundial, depois da Câmara dos Estados Unidos rejeitar o projeto combinado entre democratas e republicanos para ajudar o sistema financeiro. Pelo menos foi o que disse o Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Paulo Camillo Penna, durante o lançamento da "Balança Comercial Mineral da Amazônia", que ocorreu na manhã de ontem, na Federação das Indústrias do Pará.
Para Camilo Penna, mesmo com a crise na economia mundial, os investimentos minerais destinados ao Pará não devem recuar, devido à alta demanda no setor, fato que contrasta com a oferta apertada. Além disso, o Pará tem um grande potencial para exploração, tendo como entrave problemas que podem ser resolvidos em curto prazo, como a modernização de portos, alterações na legislação ambiental, estruturação consistente dos órgãos ligados ao licenciamento do setor, criação de unidades de conservação e investimentos em infra-estrutura, principalmente no setor energético.
A perspectiva do Ibram é que os investimentos no setor mineral, até o final de 2012 cheguem a US$ 57 bilhões – o que levaria o Pará ao topo do ranking de estados brasileiros produtores de minérios, posto atualmente ocupado pelo Estado de Minas Gerais.
Balança Mineral – De acordo com a "Balança Comercial Mineral da Amazônia", no período de janeiro a agosto de 2008, os estados do Pará e Maranhão responderam por 26% da exportação da indústria extrativa e de transformação mineral da Amazônia Legal, cujo saldo da balança comercial foi superavitário em US$ 6,6 bilhões. A exportação brasileira atingiu US$ 130 bilhões e que juntas, as indústrias extrativa e de transformação mineral contribuíram com 20% deste valor.
Na pauta de transformação, destacaram-se as exportações de ferro gusa, alumínio e alumina, que representam 88% da exportação deste segmento na Amazônia Legal. Na pauta mineral, destacaram-se as exportações de ferro, cobre e manganês, que representa 89% da comercialização de minérios da região amazônica ao exterior.
Os principais mercados consumidores são China (25%), Japão (15%) e Alemanha (9%) que recebem 49% do total exportado. Por outro lado, o Brasil precisou importar US$ 630 milhões em minérios, restringindo-se basicamente ao carvão mineral, fosfato de cálcio, cimento, derivados de ferro e aço.
Comparativos – Em 2007, a indústria da mineração no Brasil (extrativa e de transformação mineral – metálicos e não metálicos) contribuiu com US$ 65 bilhões (5%) em realação ao Produto Interno Bruto total: US$ 1,3 trilhão. Para 2008, a previsão é de US$ 90 bilhões, ou seja, um crescimento de 12% em relação ao ano passado.
O setor extrativo mineral, no Pará, representa 8,5% do PIB paraense, um número superior ao índice nacional que é de 5%. O setor também representou 44% do saldo da Balança Comercial em 2007, sendo US$ 8,6 bilhões, de bens primários, que representa 22% do saldo. Em 2008 esta participação deve ultrapassar 50% do saldo brasileiro, estimado em US$ 30 bilhões, sendo que US$ 10 bilhões (34% do saldo) de bens primários.
Já a produção mineral brasileira, em 2007, foi de R$ 46 bilhões, bens primários, excluídos petróleo e gás. Em 2008, deverá registrar nova ascensão e chegar a R$ 54 bilhões – aumento de 18% devido à elevação da produção e forte reajuste no preço dos minérios.
Empregos – A mineração gerou, em 2007, 1 milhão e 800 mil empregos diretos no País, sendo 145 mil da indústria de extração mineral; em 2008, a previsão é que esse número ultrapasse 2 milhões, sendo 160 mil na indústria de extração. Segundo o Ibram, a Amazônia Legal terá, em 2008, 30 mil novos empregos, destes, 27mil serão só no Pará. Considerando esta taxa de crescimento para os próximos quatro anos, podemos prever que o setor mineral criará aproximadamente 75 mil novos empregos diretos até 2012 no Pará.
Fonte: Padrão
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