RIO – O presidente da Vale, Roger Agnelli, confirmou hoje que a mineradora tinha interesse em disputar os 41 blocos excluídos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) da Nona Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Sobre o andamento da rodada, realizada na última terça-feira, Agnelli considerou positiva a participação da companhia. ” O que a gente queria, a gente conseguiu, embora algumas áreas em que tínhamos interesse tenham sido retiradas, o que faz parte do jogo ” , disse Agnelli. Agnelli voltou a frisar que o interesse da empresa é por reservas de gás e, neste sentido, frisou que todas as áreas arrematadas pela empresa, sempre em sociedade, indicam forte possibilidade de presença de gás natural. A Vale arrematou dois blocos terrestres na Bacia do Parnaíba em sociedade com a Petrobras e a americana Devon; quatro blocos em águas rasas na Bacia do Pará-Maranhão, em parceria com a Petrobras e a colombiana Ecopetrol; um bloco em águas rasas na Bacia de Santos em parceria com a Petrobras; e dois blocos também em águas rasas na Bacia de Santos em parceria com a Petrobras e a dinamarquesa Maersk. Em todos os casos, a mineradora tem participação minoritária. Agnelli frisou que a probabilidade de ocorrência de gás não significa que a empresa não possa vir a encontrar petróleo. Segundo o diretor-executivo de Assuntos Corporativos e Energia, Tito Martins, ainda não há definição sobre que tratamento será dado ao petróleo que possa vir a ser encontrado. Martins confirmou que a companhia pode vir a se associar ainda com algum consórcio para a construção da usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, caso o preço da tarifa atingido no leilão seja atrativo para que a mineradora compre parte da energia gerada. O executivo não soube precisar se a entrada da empresa poderia acontecer antes do leilão ou através da compra de participação na sociedade de propósito específico que será criada pelos vencedores. ” Pode ser interessante (participar da usina) caso o nível de preço seja bom para o auto-consumo ” , ponderou Martins.
Fonte: Padrão