A Vale iniciou o processo de descaracterização da barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, em Macacos, município de Nova Lima (MG). A finalidade da intervenção é aumentar a segurança das comunidades que estão localizadas próximas à estrutura. Ao final das obras, a barragem deixará de ter um reservatório e não funcionará mais como uma barragem de mineração, sendo reintegrada ao meio ambiente.

Nessa fase inicial, serão removidos 222 mil metros cúbicos de material de uma pilha de estéril que fica a montante da barragem. Essas obras têm duração prevista de seis meses. Para realizar a remoção da pilha serão utilizados equipamentos não tripulados, garantindo, assim, que os trabalhadores atuem em segurança, fora da Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem.

Na sequência, terá início a remoção gradual dos rejeitos da B3/B4, que também será feita com equipamentos remotos e com trabalhadores fora da ZAS. As obras contarão com 220 trabalhadores temporários, a maioria contratada em Nova Lima e região.

Para garantir que as ações de controle adotadas sejam efetivas, a Vale fará o monitoramento constante dos indicadores de uso de água, qualidade do ar e ruídos. Segundo a mineradora, também serão tomados todos os cuidados para evitar a disseminação da covid-19, segundo as orientações das autoridades de saúde e tendo como foco a segurança dos trabalhadores e dos moradores das localidades.

Antes de iniciar a descaracterização da barragem, a Vale concluiu em outubro a implantação de uma contenção de rejeitos na região. Com 33 metros de altura e 190 metros de comprimento, a estrutura tem a finalidade de reforçar a segurança durante a execução das obras na B3/B4 e proteger toda a Zona de Segurança Secundária da barragem. 

Ela terá as áreas impactadas revegetadas ainda durante o mês de novembro. Após finalizada a descaracterização da barragem, a contenção será removida e a área recuperada.    

Ações contínuas para reforçar a segurança também serão implantadas, conforme os novos parâmetros de segurança adotados pela legislação e de acordo com as melhores práticas nacionais e internacionais. A estrutura está, atualmente, em nível 3 de emergência.

A primeira barragem que teve concluído o processo de descaracterização foi a 8B, na mina de Águas Claras, em Nova Lima, em dezembro do ano passado.

Em agosto deste ano, a Vale iniciou as obras de descaracterização da barragem Doutor, da Mina Timbopeba, em Ouro Preto. Para iniciar os trabalhos foi preciso garantir a segurança das famílias da Zona de Autossalvamento (ZAS), nas comunidades de Antônio Pereira e Vila Antônio Pereira, iniciando a remoção dos moradores.

O processo, conduzido pela Defesa Civil com amplo apoio da Vale, caminha para a conclusão, com 62 famílias já realocadas e outras seis ainda em procedimento de escolha de suas moradias.

Localizada na Mina Abóboras, no complexo Vargem Grande, em Nova Lima, Fernandinho é mais uma estrutura da Vale que está passando por obras que a farão perder as características de barragem. Os trabalhos consistem em retirar parte dos rejeitos e solo do reservatório. No final, haverá recuperação ambiental da área. Durante as obras, não estão previstos impactos para a comunidade da região, pois as atividades e acessos usados para transporte de equipes e materiais ficam em área da própria empresa. A previsão é concluir as obras até o primeiro trimestre de 2021. O Dique Rio do Peixe, estrutura interna da Barragem Pontal, em Itabira, também já teve suas obras iniciadas.

Em outras estruturas estão em andamento ações preparatórias com a finalidade de iniciar os respectivos processos de descaracterização. São elas: barragens Sul Superior (Barão de Cocais), Forquilhas (Itabirito), Vargem Grande (Nova Lima) e dique 2 (estrutura interna da Barragem Pontal, em Itabira). 

A Vale reforça que todas as suas estruturas são acompanhadas permanentemente por inspeções em campo, manutenções, monitoramento por radares que detectam movimentações milimétricas, estações robóticas, câmeras de vídeo com inteligência artificial e por instrumentos, como piezômetros manuais e automatizados, drones de inspeção, radar satelital e geofones (sensores para medir ondas sísmicas). 

Em 2019 foram inaugurados dois Centros de Monitoramento Geotécnicos (CMG) em Minas Gerais, cujo principal objetivo é monitorar mais de 120 estruturas geotécnicas em tempo real. Dessa forma, caso alguma alteração seja detectada, a empresa consegue tomar decisões de maneira mais ágil, assertiva e segura para todos.