A Vale informa que entrou em um acordo de investimento com a Mitsui & Co., Ltd., no qual a Mitsui irá deter 15% da participação da Vale na Vale Moçambique – proprietária de 95% da mina de Moatize – e 50% da participação de 70% da Vale no Corredor Logístico de Nacala (CLN). Após a conclusão da transação, que envolverá aumento de capital e transferência parcial da dívida contraída por Moatize e pelo CLN junto à Vale, a Vale passará a deter indiretamente 81% da mina de Moatize e aproximadamente 35% do CLN, compartilhando o controle com a Mitsui.

A transação está sujeita a algumas condições precedentes. A conclusão da transação está prevista para 2015. O valor atribuído à participação da Mitsui de 15% na VM é de US$ 450 milhões. Além desse valor, a Mitsui poderá adicionalmente pagar US$ 30 milhões relacionados a uma cláusula de earn out. Uma cláusula de claw-back de até US$ 120 milhões está embutida nos US$ 450 milhões. Tanto os valores de earn out quanto os de claw-backs estão condicionados a metas de recuperação em massa da usina de beneficiamento e a metas de produção acordadas entre a Vale e a Mitsui. Como resultado do atingimento dessas cláusulas, o valor final atribuído à participação de 15% na VM pode variar entre US$ 330 e US$ 480 milhões. Os valores da transação serão usados para financiar o investimento da expansão da mina de Moatize.

A Mitsui será responsável por financiar, de forma pro-rata à sua participação de 15%, sua parcela no investimento requerido para completar a expansão da mina de Moatize, cujo valor é estimado em US$ 188 milhões. Esse valor inclui os 15% do investimento associado ao material rodante da ferrovia, cuja responsabilidade de financiamento é da VM.

Corredor Logístico de Nacala

O investimento executado, do total projetado de US$ 4 bilhões para o Corredor de Nacala, foi financiado por participação acionária e dívida sob a forma de empréstimos ponte da Vale. Até o final do 2T14, o investimento executado de US$ 1,9 bilhão havia sido financiado pela Vale através de US$ 313 milhões em instrumentos de equity e quasi-equity e o restante através de empréstimos ponte da própria Vale. Com a transação, a Mitsui irá contribuir com US$ 313 milhões em instrumentos de equity e quasi-equity e, portanto, deterá 50% desses instrumentos, compartilhando o controle do CLN com a Vale. Até a conclusão da transação e o aporte da Mitsui, a Vale continuará a financiar o CLN com empréstimos pontes da própria Vale.

A Vale e a Mitsui estão em negociações de um Project Finance, sem recursos contra os acionistas, de modo a financiar os investimentos de capital restantes e permitir o resgate de parte dos empréstimos ponte contraídos pelo CLN junto à Vale. A meta do Project Finance é de captar até US$ 2,7 bilhões, dos quais aproximadamente US$ 1,7 bilhão serão utilizados para financiar o restante dos investimentos no Corredor Nacala e aproximadamente US$ 1 bilhão utilizados para o resgate da dívida existente para com a Vale. Após a amortização parcial desses empréstimos ponte, o CLN ainda manterá uma parcela desses empréstimos contraídos juntos à Vale em sua estrutura de capital. Quando a transação for concluída, a Vale irá compartilhar o controle do Corredor e, portanto, não irá consolidar a dívida do CLN no seu balanço.
Com a transação, a Vale evitará uma saída de caixa de US$ 3,651 bilhões[4], da seguinte forma:

US$ 638 milhões investidos pela Mitsui na VM, composto de: (a) US$ 450 milhões de investimento inicial pela Mitsui pelos 15% de participação na VM e; (b) US$ 188 milhões da contribuição pro-rata da Mitsui para financiar o investimento ainda necessário para completar o Projeto de Moatize.

US$ 3,013 bilhões4 compostos por: (a) US$ 313 milhões de contribuição inicial da Mitsui no CLN; e (b) US$ 2,7 bilhões de dívida do CLN associada ao Project Finance.

Segundo a Vale, a transação é essencial para a continuidade do investimento em Moçambique e Malawi, uma vez que complementa os recursos necessários para a conclusão dos Projetos Moatize e CLN. A transação também suporta a estratégia da Vale de operar ativos de classe mundial, melhora o seu balanço e reduz sua necessidade de aporte de recursos futuros, ao passo que diminui sua exposição ao risco do projeto.

Fonte: Redação MM