Mineradora reduz montante investido e prioriza negócios existentes
A empresa tem optado por um portfólio composto de projetos menos arriscados e de maior retorno financeiro. Contudo, a Vale deve fazer a compra do Run of Mine de empresas terceiras para processar em suas plantas, adicionando 9 milhões t de produto final de minério de ferro para sua oferta ao mercado e, ou, plantas de pelotização.
O foco da empresa em 2014 está em projetos com grandes reservas, baixos custos e alta rentabilidade. No Brasil, os principais planos de ação, como Carajás S11D, CLN S11D e Conceição Itabiritos, já obtiveram as licenças requeridas para as execuções.
Por volta de 83 % dos US$ 9,299 bilhões, orçados para o desenvolvimento de projetos em 2014, serão investidos em: expansão das operações integradas de minério de ferro de alta qualidade de Carajás (US$ 3,283 bilhões), envolvendo os projetos S11D, CLN S11D, Serra Leste e a conclusão do Adicional 40 milhões t e CLN 150; construção eramp-upde Moatize/Nacala, operação integrada de carvão de classe mundial (US$ 2,573 bilhões); Itabiritos, englobando reposição e aumento de capacidade com melhoria de qualidade do minério de ferro dos sistemas Sul e Sudeste (US$ 1,067 bilhão), incluindo os projetos Conceição Itabiritos II, Vargem Grande Itabiritos e Cauê Itabiritos e a conclusão do Conceição Itabiritos; rede de distribuição global de minério de ferro (US$ 436 milhões) que compreende investimentos na construção do centro de distribuição de Teluk Rubiah (US$ 278 milhões), em navios (US$ 155 milhões) e em barcaças (US$ 3 milhões); Salobo II (US$ 332 milhões), expandindo o negócio de cobre e ouro. Por fim, há o foco na construção da planta de pelotização Tubarão VIII, planta de placas de aço CSP e do biodiesel, assim como a finalização de projetos em processo destart-up, como Long Harbour e Totten, que serão responsáveis pelo restante do aporte.
Além disso, a empresa orçou projetos menores, como o de aumento de produtividade das minas de ferro dos sistemas Sul e Sudeste, dentre elas, o que inclui a construção da estrada Pico-Fábrica e a expansão do terminal ferroviário do Andaime de 37 milhões t para 65 milhões t de capacidade de transporte no segundo semestre de 2015.
Sobre despesas pré-operacionais com implantação de projetos esperados para 2014, a Vale orçou o montante de US$ 262 milhões em planos como: CLN S11D (US$ 72 milhões), S11D (US$ 38 milhões), Corredor Nacala (US$ 26 milhões), Vargem Grande Itabiritos (US$ 19 milhões), Salobo II (US$ 17 milhões), Moatize II (US$ 16 milhões), Teluk Rubiah (US$ 16 milhões) e Cauê Itabiritos (US$ 14 milhões).
Em relação aos investimentos para manutenção das operações existentes, a mineradora orçou US$ 4,547 bilhões para 2014, valor destinado para operações, na sua maioria substituição de equipamentos; construção e expansão de pilhas e barragens de rejeito; saúde e segurança; responsabilidade social corporativa; e administrativo e outros.
Em comparação ao ano de 2013, o Capex para essa atividade está 0,2 % inferior a média dos últimos três anos, sendo que o reservado somente para o negócio de minério de ferro chega aos US$ 2,9 bilhões, direcionados para operações (US$ 1,4 bilhão), pilhas e barragens de rejeito (US$ 507 milhões), saúde e segurança (US$ 365 milhões) e responsabilidade social corporativa (US$ 174 milhões).
Para metais básicos, a Vale totalizará US$ 1,0 bilhão do Capex, quanto a operação de fertilizantes, são mais US$ 400 milhões, o que inclui a manutenção de Uberaba (US$ 101 milhões), já o orçado ao negócio de carvão, são totalizados US$ 179 milhões, compostos, sobretudo, por US$ 156 milhões para operações.
Em relação à pesquisa e desenvolvimento (P&D), a mineradora desde 2012 mantém investimento reduzido gradativamente, sob a alegação de minimizar os riscos geológicos e geográficos, tendo em vista a política de injetar fundos priorizando reservas com potencial para produção em larga escala e com baixo custo, explorar o potencial de áreas existentes e suporte a projetos e operações. O aporte para 2014 está dividido em, US$ 384 milhões para financiar o programa de exploração mineral, US$ 356 milhões para estudos conceituais, de pré-viabilidade e de viabilidade e US$ 163 milhões a serem investidos em novos processos, inovações e adaptações tecnológicas. Quanto à destinação dos recursos por negócio mineral, a Vale anunciou que para ferro serão US$ 123 milhões, níquel mais US$ 53 milhões, cobre US$ 80 milhões, fertilizantes US$ 47 milhões e, por fim, carvão US$ 20 milhões em desenvolvimento e pesquisa.
Tendo em vista responsabilidade social e coorporativa, a companhia pretende investir em 2014 cerca de US$ 975 milhões, em maioria na proteção e conservação ambiental (US$ 787 milhões), sendo o restante destinado aos programas sociais da empresa (US$ 188 milhões).
Investimentos e P&D 2014 – alocação por área de negócio |
Execução de projetos |
Manutenção das operações existentes |
P&D |
Total |
||||
US$ milhões |
% |
% |
% |
% |
||||
Bulk materials |
8.017 |
86,2 |
3.075 |
67,6 |
465 |
51,4 |
11.557 |
78,4 |
Minerais ferrosos |
5.416 |
58,2 |
2.897 |
63,7 |
414 |
45,8 |
8.727 |
59,2 |
Carvão |
2.601 |
28 |
179 |
3,9 |
51 |
5,6 |
2.830 |
19,2 |
Metais básicos |
790 |
8,5 |
1.023 |
22,5 |
239 |
26,5 |
2.052 |
13,9 |
Fertilizantes |
52 |
0,6 |
400 |
8,8 |
80 |
8,8 |
531 |
3,6 |
Energia |
177 |
1,9 |
12 |
0,3 |
49 |
5,4 |
237 |
1,6 |
Siderurgia |
264 |
2,8 |
– |
– |
– |
– |
264 |
1,8 |
Outros |
– |
– |
37 |
0,8 |
71 |
7,9 |
109 |
0,7 |
Total |
9.299 |
100 |
4.547 |
100 |
903
|
100 |
14.750 |
100 |