Agência Estado
Entre o final deste mês e o início do próximo, será definida a empresa responsável pela exploração de fosfato em Itataia (CE), considerada a maior jazida de urânio do Brasil, localizada em Santa Quitéria, a 212 quilômetros de Fortaleza. É o que informa Luís Felipe da Silva, assessor especial da presidência das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
De acordo com ele, propostas de três empresas estão sendo analisadas: da Vale, da Bunge Fertilizantes e da Galvani Mineração. “Depois de definirmos quem será nossa parceira com o fosfato, vamos partir para a viabilização da usina de urânio”, diz Silva. Segundo ele, em Itataia deverão ser produzidas, anualmente, cerca de 120 mil toneladas de fosfato e outras 800 toneladas de urânio. As duas usinas deverão gerar 500 empregos diretos e outros três mil indiretos. Só a produção do ácido fosfórico, informa Silva, deverá render US$ 60 milhões por ano. O investimento na usina de exploração do fosfato deve ser de US$ 200 milhões, podendo ser ainda maior, dependendo da proposta da empresa parceira. Já o INB investirá cerca de US$ 10 milhões com a sua unidade destinada ao beneficiamento do urânio. Silva acredita que, ao longo deste ano, serão expedidas as licenças ambientais para a exploração do urânio. A previsão dele é que o projeto comece a ser implantado no próximo ano. “Tudo vai depender de quem será o nosso parceiro. Pode ser até que possamos ter uma surpresa e começamos antes”, comenta o assessor da INB. Empresa de economia mista, vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a INB é responsável pela exploração do urânio no Brasil, bem como pela fabricação de combustível nuclear para as usinas de Angra, no Rio de Janeiro. Ela responde pela exploração do urânio, desde a mineração e o beneficiamento primário até a produção e montagem dos elementos combustíveis que acionam os reatores das usinas nucleares. Descoberta em 1976, a jazida de Itataia, apesar de ser a maior reserva de urânio que o País possui, nunca foi explorada. É que sua viabilidade econômica está atrelada à exploração do fosfato associado. Isso significa que a extração de urânio está condicionada à produção de ácido fosfórico – insumo utilizado na produção de fertilizantes.
Fonte: Padrão
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