Uma das principais mineradoras no Canadá, Vale investe naextração de cobre em Ontário
Ontário planeja abertura de oito novas minas em dez anos e extração de cromita no extremo norte
Além de abrigar a população de 34.300.083 pessoas em seus mais de 9 milhões de m² e deter o 14º maior PIB do mundo (cerca de US$ 1,446 trilhões em 2012), o Canadá também concentra um leque amplo de recursos minerais, sendo um dos maiores produtores do mundo em alumínio, cobre, ferro, nióbio, níquel, ouro, cromita, zinco e urânio – com as maiores reservas conhecidas localizadas em Saskatchewan.
Em Ontário, principal província mineral do país, há reservas expressivas em alumínio, titânio e cromita, sendo um dos dez maiores produtores de níquel, platina e cobalto, e entre os 20 maiores em ouro, cobre, prata e zinco, em um total de 42 minas na região. A província também é responsável por 21% da produção de minerais não combustíveis, com uma geração de renda de cerca de US$ 10,7 bilhões.
Somente em 2011, foi investido pelo governo aproximadamente US$ 1 bilhão em exploração geológica no Canadá, onde 26% se destinaram à província de Ontário, que nos próximos dez anos projeta a abertura de oito minas, três delas para produção de ouro ainda em 2013. Nos próximos anos, as mineradoras devem gastar cerca de US$ 6 bilhões em expansão e modernização das operações de ouro, níquel e diamantes existentes na região, incluindo a Detour Gold, que iniciará a operação da maior mina de ouro da história do Canadá, uma mina a céu aberto próxima à cidade de Cochrane, para produzir cerca de 657.000 onças (18,626 t) por ano durante ao menos duas décadas.
George Ross, ministro de Minas e de Desenvolvimento da Região Norte de Ontário
A indústria mineral em Ontário gera mais de 27 mil postos de trabalho diretos e outros 50 mil indiretos, dispendendo mais de US$ 1 bilhão por ano em bens e serviços – cerca de 45% nas cidades próximas as minas e mais de 75% no interior da província – e é responsável por 21% da produção de minerais não combustíveis no país. Ontário, que abriga mais de 600 projetos de exploração ativos no Canadá, até o momento em sua história produziu cerca de US$ 380 bilhões em metais, sendo o níquel responsável por US$ 140 bilhões (12 milhões t), o ouro por US$ 88 bilhões (176 milhões onças), o cobre por US$ 74 bilhões (16 milhões t), e o zinco por 22 bilhões (11 milhões t).
Responsável em 2012 por gerar receita de US$ 10,7 bilhões, US$ 2,6 a mais que em 2011, principalmente em função da melhora no preço das commodities e das operações de níquel e cobre em Sudbury, o setor mineral ontariano, por ainda ter no total 70 milhões de hectares de terras disponíveis para exploração e pelo fácil acesso de capital de risco para novas pesquisas, atrai muitas empresas juniores, que já são responsáveis por cerca de metade dos investimentos com exploração geológica em toda a província.
Para as mineradores interessadas em novos negócios, a Ontário oferece taxas fiscais competitivas, com alíquota geral total de imposto de renda em 26,5%, índice menor do que a média dos países do G8 e do G20 e inferior que a taxa média federal e estadual nos Estados Unidos. Os incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento também são um ponto importante para novos investidores. Na região, para cada US$ 100 aplicados em pesquisa, os incentivos fiscais reduzem seu valor real para US$ 56, ou U$ 38 para pequenas empresas.
Instalações da Detour Lake, mina de ouro no Canadá que acaba de produzir, em fevereiro, sua primeira barra
A oferta de serviços na província, que possui 63% da população com algum curso de graduação ou profissionalizante e ao todo 20 universidades e 24 faculdades, é bastante ampla. Por volta de 500 empresas, 45% do total do Canadá, atendem à mineração local, empregando 23 mil pessoas.
Nos próximos quatro anos, as mineradoras devem começar a investir em peso (cerca de US$ 4 bilhões) no extremo norte para desenvolver operações no Ring of Fire, região que em agosto de 2007 teve pelas pesquisas de exploração da Noront Resources a descoberta de cobre, níquel, platina, paládio e, recentemente, de uma grande reserva de cromita de 2 km de comprimento a uma profundidade de 200 m, com largura de 40, m contendo cerca de 72 milhões t com teor de 42%, tornando-se uma das mais promissoras áreas de desenvolvimento mineral em Ontário em quase um século. Atualmente, 35 empresas detêm direitos minerários no local que ainda está em fase de exploração, com investimentos até o momento de US$ 278 milhões.
Segundo Christine Kaszycki , ministra adjunta da secretaria do Ring of Fire, do Ministério do Desenvolvimento e das Minas do Norte de Ontário, a descoberta de cromita é a maior da América do Norte e uma das maiores do mundo. No entanto, muito ainda precisa ser feito. “Temos que levar a infraestrutura necessária para a região e são necessários por volta de 320 km de novas rodovias. Esses projetos são muito esperados pela comunidade local que, com a criação do corredor viário Norte-Sul, terá acesso a Toronto e ao sul em todas as estações do ano, e não só em estações mais quentes, como acontece hoje”, conta.
A Cliffs Natural Resources planeja investir US$ 3,3 bilhões em um projeto de cromita no local, onde serão criados 1.200 empregos em uma mina com expectativa de vida de 15 anos, em mina a céu aberto, e mais 20 anos em lavra subterrânea. Para isso, a empresa também dispenderá US$ 600 mil em estradas para começar a produção de 2,3 milhões t de concentrado de cromo já em 2016. Já a Noront Resources investirá em um projeto de níquel US$ 609 milhões, destinados à infraestrutura e construção da mina subterrânea e planta, gerando 300 empregos.
Ontário também é sede da Toronto Stock Exchange, que lista metade das mineradores globais com capital aberto, e do Prospectors and Developers of Canada (PDAC), convenç&atild
e;o voltada para novos projetos do setor mineral
que atrai anualmente mais de 25 mil visitantes.
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