O ouro caiu para US$ 1.541 a onça em princípio de abril passado e como essa cotação representa -18% do seu pico, os analistas consideram que o metal entrou num período de declínio — definição usual quando umacommoditycai 20% do seu preço máximo num dado prazo. Invertendo uma alta persistente neste novo século e tendo dobrado seu preço a partir de 2007, já há quem arrisque que o ouro chegará ao final do ano abaixo de US$ 1.400, o que daria uma média de US$ 1.500 este ano.
O fortalecimento do dólar, se comparado ao iene japonês e a libra esterlina, trabalha contra o ouro, enquanto os juros baixos (até negativos) operam a favor. Há quem diga que essa queda do ouro sinalize que estamos retornando a um cenário econômico mais normal — pois os investidores em ouro desde o final de 1971 tiveram retorno negativo anual em 38% do tempo, se a comparação for feita ano a ano. O ouro hoje está 15% abaixo do seu preço de um ano atrás.
Os metais em geral também registraram queda de preço, destacando-se nesta baixa o cobre. Os metais em conjunto estão 2,7% abaixo da sua média de um ano atrás. É uma indicação da estagnação da economia global, com a frenagem da locomotiva chinesa e o crescimento decepcionante dos outros membros do BRIC, ou os investidores passaram a preferir os ativos financeiros em detrimento das matérias-primas? Uma corrente de analistas aponta que a queda do ouro é uma chacoalhada necessária na economia global, que não mostra condições tão saudáveis como o desempenho dos mercados financeiros pretende sinalizar.
O patamar recente das cotações do ouro viabilizou uma série de depósitos de teor marginal e até o tratamento de rejeitos estocados. Novas tecnologias estão amadurecendo para possibilitar a extração do último grama do metal conforme a matéria da revista International Mining publicada nesta edição, cedida com exclusividade para a revistaMinérios & Minerales. No cenário futuro previsível de preços moderados dos metais, a não ser que haja algum acontecimento extraordinário, ninguém duvida que se iniciou um novo ciclo de redução de custos na mina e na planta, onde o empenho dos quadros gerenciais e operacionais será crucial para maximizar o retorno sobre o investimento feito em sistemas, tecnologia e software. Mãos à obra.
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