Apesar da manutenção dos equipamentos de lavra ser de responsabilidade da empresa MPC Transporte e Terraplenagem, a conservação das plantas de britagem e beneficiamento, assim como das estruturas físicas dos prédios administrativos das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), são de responsabilidade da mineradora e da Coordenação de Manutenção, sob a chefia de Alessandro Cássio dos Anjos.
A manutenção da planta química e britagem têm um efetivo total de 68 funcionários (50 próprios e 18 terceirizados) distribuídos em atividades mecânicas, elétricas, instrumentação e telefonia. As intervenções mecânicas se dividem nas equipes de oficina e lubrificação, caldeiraria, mecânica britagem, mecânica da planta química, bacias e poços tubulares.
Atualmente, o setor está passando por processo migratório de mão de obra terceirizada para própria. Nesse processo estão previstos investimentos em treinamentos, aquisição de computadores, aparelhos e ferramentas.
Na planta de britagem, a manutenção corretiva e preventiva é feita nos intervalos dos desmontes da pilha e se estende em até dez dias de manutenção e, enquanto está sendo feita, a pilha pulmão é utilizada para alimentar os outros britadores.
O setor também lida com a conservação e drenagem de água dos corpos de minério e para isso utiliza duas bombas a diesel e, como a operação ocorre 24 horas por dia, seis torres móveis de iluminação, também a diesel, que trabalham em turnos alternados de três equipamentos operando para a iluminação e, portanto, necessitam de manutenção regular, como explica o coordenador. “Todos os equipamentos que utilizam diesel sofrem de problemas no bico injetor, pois, como não possuem filtros, não há garantia da qualidade do combustível, mas para resolver esse problema, a empresa terceirizada está colocando filtros nos equipamentos para reduzir a manutenção” conta.
No entanto, ele explica, como os equipamentos de lavra são de responsabilidade da empreiteira contratada, se alguma máquina parar, ela terá que corrigir ou fazer a substituição, pois frequentemente há a fiscalização da INB nos equipamentos para verificar suas condições, como pneus, cabines, freios, etc.
Gestão de serviços
Para gerir as ordens de serviço, a mineradora utiliza o software Sare Services Estriem (SSA),da Estriem, voltado para o controle de solicitações, que monta uma programação semanal das atividades corretivas e preventivas, planejadas e não planejadas. Segundo o coordenador de Manutenção, “esse software tem um ano de uso na empresa, mas ainda é considerado em processo de implantação, pois, muitos dados ainda estão sendo cadastrados. Contudo, a previsão é de um ano para rodar em completa atividade”, afirma.
A lubrificação dos equipamentos, essencial para qualquer operação industrial, já está inserida no sistema SSA e é realizada com agendamento. No entanto, a INB foca em um projeto para automação de sua planta e lubrificação dos equipamentos.
Para auxiliar na manutenção dos britadores, tanques de ácido sulfúrico e em locais de difícil acesso, como chaminés e prédios, a INB adquiriu em outubro de 2012 um guindaste Zoomlion de capacidade de içamento de 75 t. O equipamento foi comprado pela falta de disponibilidade para aluguel na região e, por ser emplacado, pode trafegar nas rodovias e estradas, possibilitando seu uso comum entre as unidades da estatal.
Para garantir melhor desempenho das operações da usina, estão previstas aquisições de materiais e conjuntos de sobressalentes para atender os pontos vitais da linha de produção do urânio. Esses investimentos visam a cumprir a meta de produção de 800 t/ano, prevista para os próximos anos.
Somente para manutenção da planta de processos, em 2012, foram gastos R$ 2.003.798, sendo R$ 220.616 com peças e R$ 1.783.181 com serviços. Para 2013 serão mais R$ 4.987.367 e R$ 4.655.000 para 2014. Em 2012, os custos com despesas em manutenção elétrica e civil somaram R$ 6.643.701; remuneração, encargos e benefícios, R$ 1.365.099; serviços profissionais diversos, R$ 327.147; despesas estruturais e de instalação, R$ 3.445.459; depreciação, exaustão e amortização, R$ 178.068; despesas com aplicação de materiais, R$ 1.020.796; e despesas diversas, R$ 307.129.
Na lavra, os componentes que mais consomem recursos na manutenção são relacionados à perfuração, transporte e carregamento de material e consumo de explosivo. Enquanto na planta os campeões foram os britadores, a área de secagem de DUA e as linhas de transmissão de fluídos para as diversas áreas industriais da planta química.