Sustentabilidade e alta tecnologia: os trunfos da Orica Brasil

Sustentabilidade e alta tecnologia: os trunfos da Orica Brasil

Profissional decisivo e prático, com mais de 14 anos de experiência internacional na Europa, África e América Latina e extenso expertise no setor dos explosivos civis e de mineração. Com essas qualificações, o administrador de empresas espanhol Francisco Jimenez Alfonso assumiu, em maio deste ano, a gerência geral das operações da Orica Brasil. Entre as prioridades, destaca-se o desafio de levar a empresa a um novo patamar em sustentabilidade. “Essa é a nossa estratégia para os próximos anos”, disse ele à revista Minérios&Minerales.

O executivo afirma que a Orica trabalha com uma “agenda clara” na área ESG, tanto para reduzir a pegada de carbono rumo ao Net-ZERO” como para as áreas social e de governança. Segundo ele, os projetos nesse setor estão divididos em três pilares: 1. Negócios seguros e responsáveis, sempre mantendo a segurança como prioridade; 2. Empoderar o progresso social, promovendo ativamente diversidade e inclusão, a exemplo de nossa primeir Escola de Operadoras, permitindo a integração no mercado da mineração a 25 mulheres sem experiência prévia; 3. Crescimento econômico resiliente ao clima. No Brasil, a Orica tem uma história de mais de 40 anos.

Atualmente, são cerca de 700 funcionários nos escritórios no estado de São Paulo e na capital mineira, Belo Horizonte, e em duas fabricas: em Lorena (SP) e em Itatiaiuçu (MG). “Atendemos atualmente mais de 40 clientes de mineração, de construção, além de pedreiras e distribuidores e também somos reconhecidos como “Great Place to Work”, resume Francisco Jimenez. “Nós competimos com nossas soluções tecnológicas e não apenas com explosivos comerciais. Queremos liderar a introdução dos mais altos padrões de segurança e tecnologia de desmonte de rochas da mineração para o setor de construção e pedreiras”. Além disso, será preciso manter as operações “blindadas” em relação ao movimento de “comoditização” do mercado de explosivo. “Vivemos tempos difíceis que têm impacto direto no setor de mineração e, apesar desta situação, a Orica tem se mostrado resiliente e ágil em sua capacidade de adaptação, garantindo a segurança do abastecimento em todos os momentos”, afirma o novo gerente no Brasil. “Estamos cumprindo objetivos, apesar do incremento dos custos das matérias-primas e da inflação.

 Nosso desempenho está sendo bom tanto local quanto regional e global”. Jimenez acrescenta que, por outro lado, como fornecedor da mineração, há um grande desafio de se adaptar a um setor em contínua evolução, que caminha para uma mineração muito mais sustentável, na qual a digitalização e a automação estão transformando todos os elementos da cadeia de valor, desde a exploração, mineração, transporte e processamento.

INVESTIMENTOS

O novo gerente da Orica no Brasil diz que os planos de investimentos paras os próximos anos estão focados no fortalecimento “do footprint e da cadeia de suprimentos”. “Um exemplo é que já inauguramos em Lorena, neste ano, a primeira fábrica do Brasil de i-kon™III o mais avançado Sistema de Iniciação do mercado. Nos próximos anos, vamos renovar nossa frota de MCUs e MMUs, que são as unidades de bombeamento para mineração subterrânea e a céu aberto, para os MMU BulkMaster™ de última geração. Todos serão fabricados no Brasil”.

O executivo lembra que, recentemente, a Orica adquiriu a AXIS, empresa altamente tecnológica focada em exploração, com instrumentação e tecnologia geoespacial que permite monitorar a direção da perfuração na exploração. Já está disponível no Brasil. “Investimos, por ano, três vezes mais que nossos competidores em investigação e desenvolvimento”. Mesmo com o momento econômico adverso, as perspectivas para o próximo ano são positivas, motivadas pela renovação de alguns contratos importantes, bem como outros novos. “Isso nos permitirá ter um crescimento orgânico. O objetivo é consolidar nosso posicionamento em mineração subterrânea e incrementar nossa presença na mineração a céu aberto”. Francisco Jimenez se diz especialmente otimista com o crescimento da carteira de soluções digitais e assessoria técnica. “Já olhando no médio prazo, esperamos uma grande demanda por minerais como Níquel, Lítio, Manganês, Cobre, ligado ao crescimento da mobilidade elétrica.

SOLUÇÕES DE PONTA A PONTA

 Entre as soluções “end to end” oferecidas pela Orica na mineração, o executivo destaca, por exemplo, o acompanhamento geotécnico de taludes e barragens atendidos pela GroundProbe™. Ele lista também o RHINO, Design for Outcome, BulkMaster™, WebGen™, BlastIQ™, Cyclo™ e 4D™, tecnologias que permitem melhorar o conhecimento do maciço rochoso. “Da mesma maneira, os dados de perfuração e detonação são integrados à nossa plataforma BlastIQ, baseada em nuvem”, diz. E ligados direitamente ao desmonte, o WebGen™ o primeiro sistema de detonação sem fio do mundo, permitindo detonação confiável e segura. “Nossa mais recente tecnologia de explosivos a granel 4D que otimiza o uso de explosivos e energia no desmonte, permitindo aplicar uma maior variedade de energia, se adaptando à necessidade da mina”. Jimenez destaca ainda uma solução com impacto direto no meio ambiente, o Cyclo™, sistema que capta óleo e lubrificantes de equipamentos de mineração e os reutiliza na fabricação da emulsão (explosivo). Essas soluções permitirão que o setor de mineração e pedreiras brasileiro otimize suas operações e esteja na vanguarda da tecnologia.