Por Irajá Ribeiro Jr.*
O projeto consistiu na utilização do lubrificante sintético Klüber Lubrication, de base Poliglicol, e no acompanhamento do desempenho do produto, durante três meses. Passado esse período, foi verificado que a utilização desse lubrificante proporcionou uma economia média de 5%, ou cerca de R$ 3.000,00 por ano, em cada equipamento, considerando a redução anual de consumo de aproximadamente 20 MWh.
Para a comparação e aferição da efetividade do projeto, tomamos como base o fato de que na Gerdau a troca de óleo mineral ocorria a cada 12 meses, em média. Com o uso do novo lubrificante sintético Klüber Lubrication, que tem uma vida útil cinco vezes maior, o período de substituição passou a ser a cada 60 meses. Além disso, há um ganho energético anual de 80%, em razão do menor atrito das peças – nossos lubrificantes têm coeficientes de atrito 50% menores se comparados a um convencional. Essa economia faz com que, em até um ano, todo o investimento feito no produto seja recuperado.
Registramos também que o cliente consegue o benefício da redução de mão de obra – pois não precisa mais realizar a troca a cada ano e, sim, a cada cinco anos – , e gera menos descarte de óleo usado – já que, com período entre trocas maior, uma quantidade cinco vezes menor de óleo será descartada – e, principalmente, diminui problemas mecânicos – menor coeficiente de atrito é igual à redução de desgaste das peças e menos problemas com a oxidação do óleo –, com isto, aumentaram os índices de confiabilidade e da disponibilidade do equipamento.
A troca de óleo nesse tipo de maquinário – com altura superior a 10 m – é trabalhosa e, demanda, pelo menos, 6 horas de serviço, considerando que deve ser feita nova montagem no local. A implementação deve ser gradativa; na prática, não há como trocar todo o lubrificante de uma planta de uma só vez. Portanto este procedimento deve seguir um cronograma, sendo ele substituído à medida que sua vida útil nos equipamentos vai chegando ao fim.
Conquistando a eficiência energética
O case da Gerdau é apenas um dos sucessos que contabilizamos. De maneira geral, a economia conseguida depende muito da carga solicitada pelo equipamento. Quanto maior a carga, maiores serão os ganhos. Em nosso histórico, temos casos de redução de consumo de 3% até 15%. Na média, normalmente, obtemos resultados em torno de 6% e, para sermos conservadores, informamos aos nossos clientes que a expectativa é de 4% na redução média de consumo.
A partir da nossa experiência – adquirida com os mais de 140 cases de eficiência energética – pudemos gerar como referência que cada 1.000 litros de óleo sintético Klüber consumido proporciona uma economia de 1.000 MWh por ano. Genericamente, esta solução pode ser empregada em todo tipo e porte de indústria onde exista um grande número de equipamentos como esse (redutores e compressores de ar). Percebemos que, nas indústrias de bens primários (Siderurgia, Mineração, Cimento, Celulose e Papel, Petroquímica e outras), o consumo energético é significativo, pois, usualmente, nestes tipos de unidade fabris estão instalados equipamentos de grande porte e, com isso, são as que têm os maiores potenciais de redução.
Outros fatores que contribuem para a economia energética são o índice de viscosidade – que mantém a presença do filme lubrificante, impedindo o contato metal-metal e diminuindo o desgaste – e com a aditivação diferenciada, juntas, asseguram a performance dele a longo prazo.
É importante registrar que não há um limite rígido de volume de carga. Mas, como também prestamos o serviço de medição para comprovar os ganhos, podemos adotar como referência que, em redutores ou conjunto de equipamentos em que a soma da potência nominal instalada sejam maiores que 50 KW, os ganhos já são percebidos pela planta e justificam o investimento inicial.
Recentemente, recebemos a comprovação do sucesso do case. A Gerdau acaba de solicitar a aplicação em mais três equipamentos: uma bomba, uma trefiladeira e uma redutora de ponte rolante.
(*) Irajá Ribeiro Jr., gerente de Mercado – Sustentabilidade e Eficiência Energética da Klüber Lubrication.
Fonte: Revista Minérios & Minerales