O que antes era rejeito da produção da Anglo American, agora é concentrado e comercializado

Ângelo Pereira da Silva Júnior, coordenador de Beneficiamento da unidade Fosfatos da Anglo American, apresentou o trabalho “Produção de barita como subproduto de fosfato na mina Fazenda Chapadão” no VII Workshop Redução de Custos na Mina e na Planta, promovido pela revista Minérios & Minerales. O projeto, aplicado na mina Fazenda Chapadão, em Ouvidor (GO), foi um dos contemplados pelo 170 Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira.

A barita pertence à classe dos sulfatos, constituintes típicos de rochas sedimentares ou associados a alguns tipos de rochas ígneas alcalinas mais evoluídas (carbonatitos, nelsonitos, etc.) ou como produtos hidrotermais. Costuma ocorrer como ganga em veios hidrotermais, associada à mineralizações de Ag, Pb, Cu, Co, Mn e Sb. Também ocorre associada à calcita em veios, rochas calcárias ou em depósitos argilosos residuais sobre calcários.

A produção de barita como subproduto de fosfato, na mina Fazenda Chapadão, consiste na concentração do minério por meio da inclusão de uma nova etapa no processo atual que visa a retirada das impurezas. Essa nova etapa tem como objetivo a recuperação de bário nos rejeitos da flotação de apatita, durante o processo de beneficiamento de fosfato.

Depois dessas modificações, a barita extraída estará em condições e especificações para comercialização. É importante ressaltar que a lavra de barita e sua posterior concentração somente tornam-se viáveis como subproduto da substância principal, ou seja, do minério de fosfato.


Ângelo Pereira da Silva Júnior, coordenador de Beneficiamento da unidade de Fosfatos da Anglo American

As principais modificações que consistem o projeto barita são:

Usina 47: ajuste da porcentagem de sólidos do underflow na bateria de deslamagem através da substituição de bomba, tubulação de transferência do concentrado rougher para a coluna de flotação.

Usina 76: ajuste da porcentagem de sólidos do underflow na bateria de deslamagem através da substituição de bomba e ampliação da bateria de desaguamento para comportar o aumento de vazão.

Flotação de Barita: instalação de uma nova coluna de flotação pneumática para realizar a etapa recleaner. Além disso, haverá pequenas alterações nas colunas existentes.

Armazenamento e transporte: construção de local para armazenagem do concentrado de barita (umidade). Posteriormente, o material será enviado para carregamento dos caminhões. Com base nestas modificações, as especificações exigidas pelo mercado poderão ser alcançadas.

O estudo desenvolvido para a barita mostrou-se economicamente viável e a empresa planeja lavrar aproximadamente 6.000.000 t/ano de minério, sendo que o mineral será recuperado na flotação de barita concomitante com a produção principal, que é de fosfato. Essa previsão resultará na produção anual de aproximadamente 1.431.000 t/ano de concentrado de apatita e de 24.000 t/ano de concentrado de barita.

De acordo com Ângelo Pereira, a dificuldade de produzir mais de um produto em uma planta de mineração é manter todos os processos em equilíbrio, buscando sempre a otimização da eficiência operacional. Conforme apresentado nas análises, o teor de BaO alcançado no projeto se encontra na faixa de 61% e as especificações de venda são acima de 55%. Esses dados fornecem uma boa margem de trabalho, evidenciando resultados melhores do que os esperados a partir dos testes realizados em escala laboratorial.

A companhia ressalta que os outros produtos não foram afetados pelas novas operações e os resultados mantêm-se dentro das especificações. Além disso, que a viabilidade do projeto também está relacionada ao fato do bário já ser concentrado nas operações.

Fonte: Revista Minérios & Minerales