Investimentos de R$ 3,4 bilhões colocarão o Piauí no mapa de produção de minério de ferro

O projeto Planalto Piauí, localizado no município de Paulistana, no Estado do Piauí, tem início da implantação previsto para 2013, com investimentos da ordem de R$ 3,4 bilhões. A Brasil Exploração Mineral (Bemisa) obteve aprovação de uma carta-consulta pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para financiar até 55% do investimento total e a expectativa é iniciar a produção em 2016. O projeto produzirá 15 milhões t anuais de pellet feed de qualidade premium, com teor médio de 70% de ferro e baixos níveis de contaminantes.

“No segundo semestre já iniciaremos as obras. Devemos empregar nesse período de instalação cerca de 4,8 mil pessoas direta e indiretamente. O projeto poderá ampliar o PIB do Piauí em cerca de 10%, se comparado com o valor de 2010”, informa Augusto Lopes, diretor-presidente da Bemisa. Além de Paulistana, o projeto também beneficiará os municípios de Curral Novo e Simões.

Os trabalhos vêm sendo realizados desde 2007 e englobaram extenso programa de exploração, com Relatório Final de Pesquisa aprovado no início de 2012. Foram executados mais de 62 mil m de sondagem, que permitiram a certificação de recursos da ordem de 1 bilhão t, em sua maior parte constituído por recursos medidos e indicados, que somados totalizam cerca de 830 milhões t.

A etapa de engenharia conceitual, já concluída, demonstrou a viabilidade dessa capacidade de produção. A engenharia básica se encontra em andamento e deve ser concluída até abril de 2013.

A Bemisa obteve do Ministério de Minas e Energia a permissão de acessar a rede básica de energia em uma linha de 500 kV que passa a menos de 10 km do local onde será instalado o empreendimento. Além disso, foi obtida uma outorga da Agência Nacional de Águas, garantindo à empresa o direito de captar 15 milhões m3 por ano de um reservatório existente na região, quantidade mais que suficiente para atender à demanda hídrica do projeto.

Em 2012 foi realizada audiência pública com a população local e obtidas as licenças Prévia (LP) e de Instalação (LI), permitindo assim o início dos trabalhos de implantação.

A empresa assinou um memorando de entendimentos com a Transnordestina, ferrovia em processo de implantação, que ligará o empreendimento aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE) e deverá entrar em operação no final de 2014. A ferrovia passa a menos de 10 km do projeto. Paralelamente, a Bemisa obteve da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o cadastro como usuário-dependente da ferrovia.

 
Baratinha

A Bemisa também investe no projeto Baratinha, em fase de implantação, localizado em Minas Gerais, com recursos certificados da ordem de 27 milhões t de hematita e itabiritos e com capacidade de produzir 2 milhões t/ano de sinter feed. O projeto tem localização privilegiada para o suprimento do mercado siderúrgico doméstico, já que se encontra a 30 km das instalações da Usiminas e a 10 km da Aperam (empresa do grupo ArcelorMittal), o que possibilita que o transporte seja feito por caminhões. Em dezembro de 2012 a Bemisa obteve a Licença Operacional para Pesquisa Mineral (LOP) deste projeto, que permite a operação em escala piloto. A perspectiva é iniciar operações até o final de 2013, com produção inicial prevista de aproximadamente 300 mil t por ano.