Pesquisa realizada pela Associados Distribuidores e Importadores de Rolamentos e Peças Industriais (Adirpi) identificou, entre julho de 2014 e outubro de 2015, 58 indústrias com falsificações instaladas em seus maquinários. Caso fossem originais, teriam o valor de R$ 4 milhões, se desconsiderados os impostos. A cifra parece pequena, mas não inclui as perdas provocadas por quebras, aquisição e instalação de novos maquinários e paradas não previstas na produção decorrente das falhas que essas peças ocasionam. Segundo a entidade, cerca de 20% dos rolamentos e peças industriais comercializados no País são piratas.

O acompanhamento realizado pelas empresas no país integra o lançamento da campanhaStop Fake Bearings (Pare com Rolamentos Falsificadoswww.stopfakebearings.com) promovida em âmbito global pela World Bearing Association (WBA).As falsificações estavam instaladas em indústrias, principalmente de São Paulo, Guarulhos, Porto Alegre e Primavera do Leste (MT).Além da capital paulista, Maringá (PR) e Campinas concentram os estabelecimentos que comercializam falsificações.

A Adirpi estima que,dototal de falsificações dessas peças no Brasil, apenas 20% são alvo de busca e apreensão. Nas 12 diligências em que representantes dos associados acompanharam a polícia em operações de busca e apreensão, o valor das piratarias representaria, se fossem peças originais, R$ 1 milhão, sem contar os impostos não recolhidos.

No Rio de Janeiro, a Delegacia de Repressão aos Crimes contra Propriedade Imaterial tem realizado apreensões de toneladas de rolamentos falsificados. Em uma delas, realizada em novembro de 2014, 3 t de rolamentos foram apreendidas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No início de dezembro, mais de 25 mil itens foram apreendidos pelo departamento e mais de 100 autuações realizadas.Há, porém, grande dificuldade na identificação destas peças, por conta da sofisticação das falsificações. Dessa forma, a maior parte dessas operações conta com o auxílio de peritos dos fabricantes oficiais.

Os rolamentos são peças chaves para a indústria. Falsificações levam a paradas não planejadas, à quebra de maquinário e consequentes prejuízos que chegam a milhões de reais. Há também riscos para as equipes. Mesmo no caso dos originais, o uso intensivo provoca microfissuras e deformações, o que demanda constante observação, quanto à vida útil do rolamento, vibrações e ao nível de ruídos emitidos. Com falsificações, o risco é permanente.

A Adirpi recomenda que a aquisição de rolamentos seja feita apenas junto a distribuidores autorizados e identificados pelos fabricantes. Desde o início de sua campanha, a entidade identificou oito comércios que utilizavam certificados de distribuição falsificados.

Fonte: Redação MM