Redução da carga circulante da moagem possibilitou maior taxa de alimentação e resultou no aumento da produção de zinco

A Votorantim Metais Zinco – Unidade Vazante apresentou o projeto “Projeto de elevação da taxa de moagem com peneiras de alta frequência como equipamento classificador”, que foi desenvolvido pela engenheira química Juliana de Souza Siqueira.

O objetivo do estudo é elevar a taxa de alimentação na planta de concentração de 125t/h para 140t/h, compensando dessa forma o teor de zinco na alimentação da usina. Para a elevação da taxa da moagem, fez-se a substituição do equipamento de classificação, substituindo ciclones do tipo GMax por peneiras de alta frequência do tipo stack sizer, da Derrick Corporation.

O gargalo da planta de concentração de Vazante está situado na moagem, uma vez que o moinho existente já foi repotenciado ao limite máximo, com alterações de revestimento, cordão de corpos moedores e velocidade crítica.

O moinho existente na planta de beneficiamento da Votorantim Metais, Unidade Vazante, é um moinho tipo Zanini Humboldt com dimensões externas de 6,0 x 4,4m (comprimento x diâmetro) e área útil da câmara de 5,84 x 4,24m

O projeto original deste moinho previa uma alimentação de 90t/h com F80=10mm. Após alguns estudos e otimizações no processo de britagem reduziu-se o F80 para 5mm, possibilitando a elevação da taxa da moagem para 118t/h.

Com a constante necessidade de elevar ainda mais a taxa da moagem, realizaram-se dois trabalhos de otimização. O primeiro realizou a troca do revestimento metálico por um revestimento híbrido, permitindo elevar a taxa de 118 para 119t/h, com redução da granulometria de 17 para 12% retido na malha 100#.

O segundo trabalho fez a substituição da bateria de ciclones convencionais, que fechavam circuito com o moinho, por ciclones do tipo GMax, elevando assim a taxa de 119 para 125t/h, mantendo a mesma qualidade do produto gerado, devido à redução da carga circulante da moagem de 600% para 550%.

A utilização de peneiras de alta frequência fechando circuito com moinho é uma boa opção para os casos em que há a necessidade de baixar a carga circulante da moagem e melhorar a qualidade do produto final. A carga circulante pode variar de acordo com as características do minério e as condições de operação da moagem. Para determinar a carga circulante são necessários fazer testes em escala piloto com as peneiras.

Com a instalação das peneiras de alta frequência na Unidade de Vazante, conseguiu-se reduzir a carga circulante da moagem de 550 para 190%, possibilitando desta forma a elevação da taxa de alimentação em 12%, que resultou no aumento da produção em 33%, agregando para a Unidade uma receita adicional de 5,6MMR$/mês.

Peneiras de alta frequência são tendência mundial

Voltada para aplicações de classificação fina (6 mm a 45 micra) em plantas de processamento mineral, a Derrick Corporation, com mais de 60 anos no mercado, esteve presente no VI Workshop Redução de Custos na Mina e na Planta mostrando suas soluções para o setor. Os trabalhos apresentados pela Votorantim Metais em Vazante e Anglo American Fosfato demonstraram a aplicação da peneira de alta frequência Stack Sizer em seus circuitos de classificação, que proporcionou ganhos substanciais para as mineradoras.

Steven B. Valine, president – Separation Technology Group Metallurgical Engineer, disse que, além da Votorantim Metais, outras grandes mineradoras no País contam atualmente com tecnologia da Derrick. “Devido a demanda de minério de ferro chinesa, esse mercado é um foco da Derrick. Por exemplo, na Vale são 58 peneiras na mina Brucutu, 42 na mina Conceição.

“A substituição dos ciclones por peneiras de alta frequência fechando o circuito de moagem proporciona uma classificação mais eficiente. Isso permite aumentar a tonelagem de alimentação da moagem reduzindo os custos operacionais”, explica Valine.

“Essa situação já é tendência no mundo todo”, continua. “Ao redor do globo, já temos mais de 400 peneiras em 50 instalações em circuito de moagem. Estamos mudando o paradigma aqui no Brasil, principalmente pelos altos custos no País com eletricidade”, finaliza.