Para um cenário de cinco anos, a Mineração Caraíba espera aumento de cerca de 582 t de metalna forma de concentrado sulfetado de cobre a partir da utilização do coletor auxiliar
O beneficiamento do cobre na forma de sulfetos na Mineração Caraíba envolve, as etapas de britagem, rebritagem, homogeneização, moagem, ciclonagem, flotação, espessamento e filtragem. O principal processo para o beneficiamento do cobre sulfetado é a flotação.
Com a entrada em produção de novas jazidas com minérios de baixo teor e mudanças na mineralogia apresentando baixo grau de liberação, para manter o mesmo teor de concentrado final, a recuperação metalúrgica passou a apresentar valores mais baixos. O rejeito final começou a apresentar grande perda de partículas livres e mistas de cobre, resultando em baixa recuperação metalúrgica, evidenciando uma necessidade de modificação nos parâmetros operacionais e/ou insumos utilizados.
Com esse objetivo, foram desenvolvidos estudos no laboratório de processo da própria mineração, para identificação de novos produtos que maximizem o aproveitamento dos recursos geológicos com o aumento da recuperação metalúrgica do cobre.
O trabalho “Ganho de recuperação metalúrgica na Mineração Caraíba utilizando Xantato como coletor auxiliar na flotação de cobre”, apresentado no VI Workshop de Redução de Custos na Mina e na Planta, mostrou os resultados alcançados em testes de laboratório e na planta de flotação utilizando o reagente amil xantato de potássio, como coletor auxiliar na flotação do cobre sulfetado na Mineração Caraíba. Esse estudo foi desenvolvido pela consultora de Engenharia, Alline Simões Ferreira da Cunha, pelo gerente de operação da Planta de Beneficiamento, Jacinto Nunes de Carvalho, pelo coordenador da Planta de Beneficiamento, Wvagno Ferreira da Silva e pelo técnico em Mineração Sênior, Leydosn dos Santos.
Como na planta há um circuito fechado e a meta de manter o teor do concentrado final em 27%, foi avaliado o ganho de recuperação obtido, considerando os dados de razão de enriquecimento (teor do concentrado / teor de alimentação, ou C/A) x recuperação.
Os testes na planta mostraram que quanto menor o teor de cobre na alimentação maior o ganho de recuperação metalúrgica quando utilizado o xantato como coletor auxiliar. Esse ganho persiste até um teor de 1,6%; a partir desse teor, observamos uma tendência de queda na recuperação comparando-se com os resultados sem a dosagem do xantato.
Assim, para uso industrial, para teores abaixo de 1,6% Cu, a dosagem de 10g/t do amil xantato de potássio, associado ao ditiofosfato, proporciona um ganho médio de recuperação de 1,65 p.p.m. na planta de sulfetado da Mineração Caraíba. Os resultados mostram um aumento de recuperação médio de 3,2% em comparação com o período anterior ao uso do xantato na planta.
Para análise econômica, foi considerado o ganho de recuperação resultante do teste na planta, utilizando a diferença de recuperação obtida nas retas, utilizando ou não o xantato como coletor auxiliar na flotação.
Com os dados de produção orçados de 2014 a 2017, calculam-se o ganho de recuperação em função da razão de enriquecimento. Para 2018, está previsto um teor acima de 1,6% Cu onde não teremos ganho de recuperação utilizando o xantato.
Para a planta da Mineração Caraíba, o melhor resultado de recuperação foi obtido acrescentando-se 10 g/t do coletor amil xantato de potássio em conjunto com o coletor ditiofosfato, proporcionando um ganho de recuperação do cobre até um teor de alimentação de 1,6% Cu. A partir desse teor utiliza-se apenas ditiofosfato de sódio.
Para um cenário de cinco anos, considerando os dados de produção orçados para Mineração Caraíba, haverá um aumento de cerca de 582 t de metal na forma de concentrado sulfetado de cobre, recuperadas a partir da utilização do coletor auxiliar.
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