Em meio a uma crise mundial que promete ser maior esse ano do que em 2008, o Amapá vive incertezas como o resto do país, porém, mantém a esperança de transformar as dificuldades em oportunidades de negócio. Pelo menos é isso que a atual administração estadual vem fazendo diante do mundo. Desde 2003, quando o governo democrático assumiu o poder, os números da economia do Estado vêm crescendo significativamente, tudo catalogado e informado oficialmente.

Em 2008, alguns percentuais chamaram mais atenção no setor econômico amapaense, como por exemplo, o ouro na pauta dos principais produtos exportados pelo Amapá, quando estava sendo esperado os minérios de ferro, a baixa participação do setor primário nas atividades econômicas e o aumento do número de postos de trabalho.

Apesar de mostrar um quadro promissor, o receio de que as previsões críticas para 2009 venham a se concretizar é grande, principalmente porque nos últimos seis anos o Amapá vem despontando na região com seu progresso econômico. Sofrer um retrocesso sem dúvida será impactante.

Evolução – De acordo com os demonstrativos apresentados pela Secretaria Estadual da Industria, Comércio e Mineração (Seicom), em 2002 quando terminava o governo socialista, as exportações do Amapá batiam os irrisórios U$$ 16.366 milhões, quando as importações atingiam U$$ 8.223 milhões.

Em 2008, esses números foram fechados ainda no mês de agosto com um salto extraordinário. O montante das exportações foi de U$$ 172.782 milhões, enquanto que as importações somaram U$$ 42.321 milhões.

Entre os principais produtos exportados ficou em primeiro lugar o ouro com U$$ 61,5 milhões (35%), seguido das madeiras em estilhas (cavaco) com U$$ 46,2 milhões (27%), minério de ferro U$$ 43,8 milhões (25%), cromita com U$$ 11,7 milhões (7%), frutos, em especial o açaí com U$$ 6,9 milhões (4%) e por último o palmito com U$$ 1,2 milhões (1%).

Os principais países destinatários das exportações amapaenses estão EUA (38%), Bahrein (Emirados Árabes com 23%), Turquia (18%) e China (7%).

Mas não foi somente as exportações e importações que tiveram um boom na atual administração. O PIB (Produto Interno Bruto) também cresceu. Em 2005 o valor era de R$ 4,3 bilhões. No ano seguinte, esse valor pulou para R$ 5,2 bilhões.

A Renda per Capita também subiu. Em 2005 atingiu R$ 7,3 mil. Já em 2006 foi para 8,5 mil. Para entender melhor, a renda per capita ou rendimento per capita é um indicador que ajuda a saber o grau de desenvolvimento de um país ou região e consiste na divisão da renda nacional pela sua população.

Metas – Porém, nem tudo é mar de rosas. Alguns setores da economia preocupam os estrategistas financeiros do Estado. Uma das metas divulgadas e que estão sendo buscadas no Amapá é o avanço do setor primário.

De acordo com dados divulgados pela Seicom, a agropecuária tem a menor participação na escala de atividades econômicas amapaenses, com apenas 3,7%, seguida da indústria com 9,4% e depois os serviços com 86,8%. ” Talvez seja esse o grande desafio do nosso governo. Fazer com que o setor primário se fortaleça e tenha uma representação maior na composição do PIB. Em virtude disso é que estamos realizando as feiras como a recém Expovale, entre outros eventos e infra-estrutura que o governo tem investido. Além disso, estamos avançando no asfaltamento da BR-156 que já foi asfaltada no atual governo mais de duzentos quilômetros ao contrário do governo socialista que asfaltou apenas 60 quilômetros em oito anos” , explicou o secretário Sebastião Máximo.

Mais emprego – Outros dados que merecem destaque são referentes ao aumento da empregabilidade no Estado.

No final de 2002, o Amapá teve um saldo positivo de 787 postos de trabalho, o que foi superado quase que em dobro em 2006, quando atingiu um saldo positivo de 1.412 postos de trabalho.

Em 2008, de acordo com dados atualizados até outubro, o saldo positivo foi maior, somando 2.270 postos de trabalho.

O número de empregos formais no Estado alcançou 88,9 mil em dezembro de 2007, contra 55,9 apresentados em 2002, época do governo Capiberibe.
Esses números de 2007 representam um crescimento real de 58,85% em relação ao estoque de empregos existentes no mesmo período do ano de 2002.

O maior índice de crescimento observado no período compreendido entre os anos de 2002 a 2007, ocorreu no comércio que aumentou de 8.963 vagas para 16.395, gerando 7.432 novos postos de trabalho, representando um significativo aumento de 82,91%.

O segundo maior índice de crescimento constatado foi no setor de serviços, ampliando de 14.926 postos em 2002 para 22.966 em 2007, com crescimento de 53,86%, abrindo 8.040 novas oportunidades de trabalho no período.

O terceiro maior índice ficou com o setor da administração pública, que tem recebido atenção especial no atual governo. Em 2002 eram apenas 26.488 postos de trabalho, ampliando em 2007 para 38.646 postos, com acréscimo de 12.158 novas vagas, representando um crescimento real de 45,90%.

O quarto maior índice foi o da construção civil, que ampliou de 2.844 vagas em 2002 para 4.084 em 2007, representando um crescimento de 43,60%.

Para Máximo, toda essa explosão é fruto da política implantada pelo atual governo. ” Estamos estimulando o crescimento, concedemos benefícios fiscais, e criamos os marcos regulatórios, onde os investidores têm a garantia de que as regras não vão mudar no meio do jogo. Isso tem dado resultado. Outro fator que contribui é a participação do Estado em eventos de grande porte como as feiras que são realizadas por todo o país e até no exterior” , explicou.

Os mega eventos realizados no Amapá também têm atraído investidores. Um exemplo é a Expofeira que todos os anos monta um mini Amapá dentro do Parque de Exposições da Fazendinha. “É notória a quantidade de empresários e empreendedores que expõem seus produtos na feira e ficam conhecendo o nosso potencial. São investidores do país todo, da Guiana Francesa e região do Caribe, enfim, o Amapá está se destacando também fora do Brasil. Outro exemplo é a instalação da empresa Telhas Metálicas do Brasil, que é de um investidor francês. Já tinha uma unidade em Caiena, participou da Expofeira, gostou e agora montou uma unidade no Estado. A fábrica de cimentos Nassau que em 2007 nos visitou, também já está definido o início do investimento esse ano. Na área de biocombustíveis já temos, no mínimo, três grandes empresas do centro-sul do país que querem investir aqui no Amapá. A empresa Odebrecht também já mostrou interesse em construir duas grandes hidroelétricas no Estado. Por aí observamos que o Estado conseguiu buscar credibilidade e investidores de grande portes. Acredito que em muito pouco tempo vamos sair da economia do contra-cheque e começar a buscar no setor privado oportunidades de trabalho e emprego” , explicou Máximo.

Peregrinação – Com a intenção de atrair investimentos para o Estado. Máximo e outros membros do alto escalão do governo reuniram com o governador Waldez Góes e receberam uma orientação: vão e busquem negócios para o Amapá.

Foi então que em 2007, Máximo contatou em Paris com grandes grupos de investidores indianos da área de mineração. ” Já estão verificando áreas de minério no Estado para que possam fazer a requisição ou adquirir as áreas e implantar grandes projetos de mineração, uma vez que o grande forte da nossa economia é o setor mineral. O governador Waldez também tem buscado parceria com a bancada federal que tem sido fundamental no desenvolvimento do Estado” , adiantou.

Para 2009 – Mesmo com um futuro tão promissor, tendo investidores batendo na porta, o Amapá como o resto do país está com um pé atrás quanto a crise mundial. ” Sabemos que 2009 deverá ser um ano difícil devido a crise global mas o governo do Amapá está empenhado em continuar a fazer os investimentos que o Estado precisa. A equipe econômica tem discutido muito o assunto. A determinação dada é de que os investimentos não vão ser cortados e continuarão a ser aplicados, principalmente no setor produtivo” , concluiu Máximo.