José Mendo Mizael de Souza*
mendodesouza@jmendo.com.br

Os desafios do crescimento e a mineração neste contexto

Segundo o Valor (08.maio.2015), “o Economista Lawrence Summers pinta um cenário preocupante para a economia global, em especial em relação aos países desenvolvidos, mas também aponta riscos para o crescimento de mercados emergentes, como a China. Ex-secretário do Tesouro americano, Summers considera que “agora, mais do que nunca”, a estagnação secular é um aspecto fundamental para entender a situação do mundo industrializado, que enfrenta, na sua visão, um quadro prolongado de demanda inadequada”.

“Para o ex-secretário do Tesouro americano, uma série de indicadores e projeções de crescimento caminharam no último ano e meio na direção que seria esperada num cenário marcado por uma sobra de poupança não efetivamente canalizada para o investimento – a essência da estagnação secular, segundo ele. Esse cenário implica menor investimento, o que acarreta um crescimento mais baixo, levando, por sua vez, a expectativas mais pessimistas sobre a economia”.

“Como a política monetária nos países desenvolvidos enfrenta as restrições impostas pela chamada fronteira do juro zero, a recomendação de Summers é que essas economias deem prioridade ao investimento como estratégia para sair do cenário de crescimento baixo e pressões deflacionárias. “Há um papel para políticas estruturais que incentivem o investimento privado e outro para políticas fiscais expansionistas, especialmente aquelas orientadas para o investimento público”.

“Ao falar do Brasil, Summers atribuiu o baixo crescimento recente à paralisação das reformas estruturais nos últimos anos. “O país está pagando um preço por causa disso. Não há um ambiente em que o investimento empresarial tenha confiança, por causa de vários problemas de governança no setor público e no setor privado”. Com a ressalva de que não acompanha a situação do país de perto, Summers afirmou acreditar que o país precisa de reformas estruturais de longo alcance para voltar a crescer com mais força, citando as do sistema financeiro, do mercado de trabalho e das instituições do federalismo”.

No caso da Mineração, o caminho é o incremento da produtividade e neste contexto, a automação: por exemplo, a Rio Tinto vem “de dar início à implantação de caminhões e trens autônomos na Austrália: assim, implantou 57 caminhões sem motorista e testou o primeiro trem sem maquinista na mina da joint venture Hope Downs 4, controlada em conjunto com a Hancock Prospecting. “Nós estamos apenas começando. Nós temos essas várias tecnologias e cada uma, de sua forma, está trazendo benefícios, mas ainda não estamos trabalhando em um sistema de automação da mina que está em pleno funcionamento”, disse Michael Gollschewski, diretor administrativo da Rio Tinto. Segundo o executivo, a mineradora geralmente precisava de 60 motoristas para 15 caminhões. No entanto, com os caminhões autônomos, o número de empregados foi reduzido para oito. A equipe de manutenção, porém, aumentou”.

A Mineração brasileira está preparada para ser vitoriosa, também, neste contexto.

*Engenheiro de Minas e Metalurgista, EEUFMG, 1961. Ex-Aluno Honorário da Escola de Minas de Ouro Preto. Presidente da J.Mendo Consultoria Ltda. Fundador e Presidente do Ceamin – Centro de Estudos Avançados em Mineração. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas e Presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia da Entidade. Coordenador, como Diretor do BDMG, em 1976, da fundação do Instituto Brasileiro de Mineração – bram. Como representante do Ibram, um dos 3 fundadores da Adimb – Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira. Ex-Conselheiro do Cetem – Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte: Revista Minérios & Minerales