Com o propósito de intensificar o cumprimento das metas de descarbonização até 2030, a Nexa Resources é pioneira em um projeto de substituição dos combustíveis fósseis pelo uso de bio-óleo renovável para a produção de óxido de zinco. Feito a partir do alcatrão da produção de carvão vegetal, esse novo biocombustível não emite CO2 e serve como substituto dos combustíveis fósseis. Com seis unidades no Brasil, cinco no Peru e uma em Luxemburgo, a Nexa implantou a iniciativa em sua refinaria de zinco no país, situada em Três Marias (MG), em 2023. Lá, 12 fornos já foram modificados resultando em aproximadamente 1.000 toneladas de CO2 evitadas.
A partir desse resultado, a companhia pretende converter todos os fornos de Três Marias nos próximos anos para que funcionem com o bio-óleo, e alcancem o objetivo de reduzir em até 30% as emissões de gases de efeito estufa desse smelter. O projeto, criado pelo setor de inovação da companhia, tem potencial de reduzir as emissões da Nexa em 25 mil toneladas de CO2 equivalente até 2027 (metade da meta pública para 2030).
A iniciativa foi premiada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) com o Prêmio Boas Práticas na Mineração no Brasil, entregue durante a EXPOSIBRAM 2024 – Expo & Congresso, em setembro, em Belo Horizonte. O projeto ficou em primeiro lugar na categoria Eficiência Energética com o tema Combustível.
ORIGEM DO BIO-ÓLEO E A IMPLANTAÇÃO NAS OPERAÇÕES
O bio-óleo é um combustível produzido a partir do co-produto líquido da produção de carvão que, de outra forma, seria queimado em uma câmara de combustão antes da liberação na atmosfera. Começou a ser desenvolvido em 2017 através de uma parceria entre a Nexa e a Aperam BioEnergia, com participação de uma equipe de técnicos que compõe a atual startup WXO Engenharia de Processos Customizados. O bio-óleo é um subproduto da produção de carvão vegetal das florestas renováveis da Aperam no Vale do Jequitinhonha.
Em 2018, começaram os testes em Três Marias (MG). Em seguida, baseados nos bons resultados, a Nexa se preparou para adotar o combustível em escala industrial e, em 2023, comprou então 10 mil toneladas de bio-óleo da Aperam para a conversão de 12 fornalhas.
OUTRAS INICIATIVAS COM BIO-ÓLEO
Em 2021, a Nexa lançou a primeira edição do programa “Mining Lab Beginnings”, com o objetivo de resolver desafios complexos, abordando o reaproveitamento de materiais das operações, como a Jarosita, um mineral gerado na unidade de Juiz de Fora (MG). Seis ideias foram avaliadas, e três seguiram para a fase de escalonamento, com parcerias com a empresa Geeco e WEG Tintas, além do apoio da FINEP.
O Mining Lab, em parceria com a WXO, desenvolveu um bio-óleo a partir de resíduos de eucalipto, substituindo o combustível fóssil na produção de óxido de zinco, utilizado na fabricação de pneus, por exemplo. O uso industrial de combustível biogênico sólido foi utilizado para substituir o coque de petróleo, chamado biobriquete, no forno Waelz em Juiz de Fora. Lá, a substituição de 30%, atualmente, gerará 25 mil toneladas de economia em emissões até 2030.
IMPACTOS DA CIRCULARIDADE
Em 2023, a mineradora bateu a marca de 1 milhão de litros de bio-óleo utilizados, com a produção de 3 mil toneladas de óxido de zinco. A meta da companhia é transformar o bio-óleo em uma solução de vitrine para outros players do mercado. A empresa busca desenvolver contratos com fornecedores e incentivar o uso do combustível por outras empresas, estabelecendo uma escala suficiente para que se torne um padrão na indústria.
A meta da Nexa é reduzir em 20% as emissões, o equivalente a 52 mil toneladas de CO2, até o final da década.