RIO – A venda de ativos da MMX para a mineradora anglo-sul-africana Anglo American, por US$ 5,5 bilhões, representará também a abertura de capital da LLX, subsidiária de logística do grupo controlado pelo empresário Eike Batista. Atualmente, 85% do capital da LLX está nas mãos da MMX, enquanto 15% pertencem ao fundo de pensão canadense Ontario Teachers Pension Plan (OTPP).
A abertura de capital da empresa de logística – que detém o controle das operações do Porto do Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro – acontecerá porque, na intrincada operação de venda de parte da MMX, os acionistas da mineradora receberão três ações: uma da MMX que permanecerá nas mãos da holding de Batista, uma da LLX e uma da Newco, a companhia que será criada com os ativos vendidos à Anglo American.
Com isso, os controladores da MMX, que detêm 68% da mineradora, ficarão com 57,8% da LLX – fatia correspondente a 68% dos 85% que o grupo possui na LLX -, enquanto o free float nas mãos dos acionistas será de 27,2%. Os demais 15% da companhia de logística permanecerão com o OTPP.
“Achamos que a LLX aparecerá mais claramente para o investidor como uma empresa de logística”, ressalta Eike Batista, acrescentando que não tem planos de vender a companhia de logística. “Esta é uma sardinha que não se vende”, brinca o empresário.
Com a MMX remanescente ficarão os ativos siderúrgicos em Corumbá, as mineradoras AVG e MinerMinas e 50% de uma planta de pelotização localizada no Porto do Açu, além de royalties que serão pagos pela Anglo American pela exploração das minas do Amapá, a partir de 2023, e do Sistema Minas-Rio, a partir de 2025.
Na Newco ficarão o Sistema Minas-Rio de mineração e os ativos de mineração da MMX no Amapá, além de 50% da unidade de pelotização existente no Porto do Açu. Além disso, a Anglo American deverá fazer uma proposta de compra de US$ 361,12 por papel para os acionistas da empresa (que hoje têm em mãos papéis da MMX), proposta que garante 100% de tag-along para os minoritários, segundo as regras do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
A previsão dos executivos da MMX é de que o acordo com a Anglo American seja concretizado em até 60 dias, o que cria a expectativa de que a Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) da Newco deva ocorrer no início do segundo trimestre. A OPA é necessária sempre que há uma oferta de compra para os controladores de uma empresa de capital aberto.
Fonte: Padrão
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