“Quando criança sonhava em ser veterinária, sempre fui apaixonada por animais. Mas no ensino médio descobri que minha área era mesmo exatas, sempre fui movida por desafios. Tinha uma certeza, eu queria ser engenheira e quis o destino que eu escolhesse a Engen

haria de Minas. Passei no vestibular e, com o apoio da minha família, fui morar em Campina Grande (PB) para estudar. Com 18 anos, morando sozinha, entendi o peso de ser universitária. Durante o curso, me deparei com professores que não estavam acostumados a terem mulheres em suas turmas de Engenharia. Por vezes ignoravam nossa presença em sala, uma vez que representávamos apenas 5% do efetivo de alunos.

Mas nunca, nem por um segundo, pensei em desistir. Afinal, meu exemplo vem de casa, venho de uma família matriarcal, como poderia eu não seguir adiante? A cada novo semestre, eu me sentia mais desafiada e mais envolvida pelo assunto mineração. Hoje, formada há cinco anos pela Universidade Federal de Campina Grande, sempre fiz parte de equipes nas quais os homens são maioria.

Atualmente, integro a equipe de Planejamento de Mina da Apoena. Sou responsável pelo planejamento de curto prazo, e como parte das rotinas de trabalho, estou em constante interação com as áreas de Geologia, Operação e Desmonte, equipes formadas apenas por homens.

Nunca, durante meu ofício, me senti desrespeitada ou diminuída pelo fato de ser mulher. Pelo contrário, sempre houve incentivo e reconhecimento por parte da equipe. Sinto-me honrada em fazer parte do seleto grupo de mulheres que trabalham em mineração e feliz por saber que posso ser exemplo para tantas outras.

Para o futuro, espero que tenhamos mais mulheres nas universidades, buscando conhecimento e independência para que, assim, tenhamos mais mulheres como protagonistas tanto em níveis operacionais quanto, especialmente, em cargos de liderança.”