Método desenvolvido pela Samarco para medir níveis de óxido de Ferro (FeO)das pelotas de minério reduziu o custo das análises em 90% e eliminou o uso de ácido nos processos

Uma nova técnica para medir os níveis de Óxido de Ferro (FeO) das pelotas de minério produzidas pela Samarco tem dado resultados positivos para a empresa no que diz respeito a ganhos ambientais, financeiros e à segurança de profissionais envolvidos. O método, desenvolvido pela Gerência de Engenharia de Processo, Automação e Instrumentação, em Ubu (ES), possibilitou a redução de 90% no custo de análise, a diminuição de 85% na geração de resíduo cromo (proveniente do ensaio químico), além de ganhos em segurança do trabalho, pois agora os empregados não precisam mais manipular ácido para realização do teste.

O projeto, intitulado ‘Avaliação da influência das trincas no índice de permeabilidade magnética das pelotas para definição de novo método de medição do FeO’, foi implantado na Unidade de Ubu há cerca de um ano. A técnica de processo, Heidy de Oliveira Simões, explica que para medir os níveis de óxido de ferro (FeO) das pelotas de minério, era necessária a utilização de ácido em diferentes etapas da análise química clássica, o que não ocorre com a nova metodologia.

“A técnica desenvolvida utiliza as propriedades magnéticas da magnetita para avaliar o FeO da pelota e do minério de ferro. Ou seja, a análise que anteriormente era por via úmida (química) passou a ser física. Basicamente, utiliza-se o material pulverizado da qual se deseja medir o FeO. Este é inserido em recipiente com massa e volume conhecidos, onde mede-se o índice de permeabilidade magnética. Ao final, o material é descartado. Uma equação é utilizada para que o FeO seja obtido a partir do índice medido”, explica.

Com a metodologia, a Samarco conseguiu reduzir o tempo das análises em 93%, uma vez que antes eram necessários 86 minutos para concluir os trabalhos. Agora, com a nova metodologia, o teste é feito em apenas seis minutos. Tem-se, portanto, ganhos no âmbito financeiro, com a diminuição do custo das análises em 90%. Há ainda o benefício ambiental, provocado pela diminuição de 85% na geração de resíduos ricos em cromo – inevitáveis pela rota química.

De acordo com Heidy, os resultados obtidos com o novo procedimento permitiram ainda efeitos positivos no que tange a saúde e a segurança dos empregados do setor, que passaram a ter menos exposição ao ácido utilizado na análise clássica. “Com o novo procedimento, diminuímos os riscos relacionados ao manuseio de ácidos, assim como de queimadura devido a utilização de chapa quente”, enfatiza.

A metodologia aplicada permitiu até mesmo o reconhecimento técnico em premiações do setor. Este ano, o projeto foi vencedor do Prêmio Técnico de Reconhecimento da Vale, cuja premiação foi realizada durante o Seminário de Redução de Minério de Ferro, promovido pela Associação Brasileira de Mineração (ABM), no mês de agosto.

O método, desenvolvido internamente, reduziu em 90% o custo de análise e em 85% a geração de resíduo cromo