Resultados crescem na comparação com os nove primeiros meses de 2009, mas cenário ainda é de desafios para o setor siderúrgico
O lucro líquido da Usiminas atingiu R$ 495 milhões no terceiro trimestre deste ano. No acumulado de janeiro a setembro de 2010, o lucro alcançou R$ 1,171 bilhão, expansão de 91% em relação aos R$ 614 milhões apresentados em igual intervalo do ano passado.
O ebitda apurado no terceiro trimestre de 2010 foi de R$ 735 milhões. No acumulado do ano até setembro, o indicador cresceu 160%, atingindo R$ 2,318 bilhões, ante R$ 892 milhões registrados em igual período do exercício passado. A margem alcançou 23,5% nos primeiros nove meses de 2010, frente 11,2% no mesmo intervalo de 2009.
A receita líquida do trimestre foi de R$ 3,241 bilhões. No acumulado entre janeiro e setembro de 2010, a receita líquida acumulou R$ 9,870 bilhões, ante R$ 7,940 bilhões apresentados em igual período do ano passado.
A produção de aço bruto nas usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão (SP) no trimestre foi de 1,953 milhão t. No acumulado até setembro de 2010, a produção atingiu 5,710 milhões t, frente 3,794 milhões t nos mesmos nove meses de 2009.
Mineração Usiminas
A empresa está investindo em diversos projetos que visam aumentar a competitividade através da redução de custos, como é o caso da ampliação da Mineração Usiminas. O plano de expansão da subsidiária prevê investimentos de R$ 4,1 bilhões até 2015, que serão aplicados em projetos de instalações industriais, equipamentos, barragens e terminais de embarque, dentre outros.
As minas produziram 5,5 milhões t de minério em 2009 e deverão fechar 2010 com 7 milhões t. O planejamento prevê a ampliação do volume extraído para 29 milhões t em 2015. O objetivo da Usiminas é se tornar autossuficiente em minério de ferro.
Desafios setoriais
O setor siderúrgico passa por um momento atípico: o País deve apresentar a 3ª maior taxa de crescimento do PIB do mundo e o mercado brasileiro de aços planos deverá alcançar níveis recordes de crescimento, cerca de 40%, favorecido pelo bom desempenho de praticamente todos os setores industriais.
Entretanto, esse crescimento, sustentado pela demanda interna e associado à taxa de câmbio supervalorizada e à capacidade ociosa de aço no mundo, cria um cenário favorável às importações, o que afeta o crescimento da indústria como um todo, especialmente do setor siderúrgico. A competição acirrada com o produto estrangeiro acarreta um processo de desindustrialização. Além disso, houve um aumento dos custos das matérias-primas, que foi absorvido pelas empresas. Esses fatores têm afetado a rentabilidade das companhias.
Nesse cenário, a Usiminas tem investido para reduzir os seus custos e agregar valor aos seus produtos. A empresa está executando um plano de investimentos de R$ 3,2 bilhões em 2010, recorde histórico de aportes da companhia em um único ano.
A recente entrada em operação da nova coqueria na usina de Ipatinga, investimento de R$ 707 milhões, é um importante projeto de redução de custos já implantado, tornando a usina autossuficiente em coque.
Estão em andamento outros grandes projetos em laminação e revestimento, que visam ampliar a atuação da Usiminas em mercados de maior valor agregado. Um desses investimentos é a instalação da tecnolog
ia de resfriamento acelerado de chapas grossas da usina de Ipatinga. Com orçamento de R$ 539 milhões, o aporte irá permitir a fabricação de aços com alta resistência e soldabilidade, ideais para a aplicação nos projetos voltados para o pré-sal. A Usiminas será a única siderúrgica fora do Japão a deter a tecnologia do CLC, que já está em fase pré-operacional e será apresentado aos clientes em meados de novembro.
Também na usina de Ipatinga está sendo instalada uma nova linha de galvanização a quente, que ampliará em 550 mil toneladas/ano a capacidade de produção do grupo. A nova unidade irá aumentar o fornecimento da empresa para mercados aquecidos como o de veículos automotores e linha branca. A previsão é de que a operação do equipamento tenha início no primeiro semestre de 2011.
Em Cubatão, a Usiminas está instalando, em sua usina, um novo laminador de tiras a quente com capacidade de produção de 2,3 milhões t/ano. Com as obras civis já em andamento, e os principais equipamentos em fase de fabricação, a previsão é de que a operação tenha início no segundo semestre de 2011, permitindo a ampliação da participação da companhia em mercados estratégicos no segmento industrial.
Fonte: Padrão
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