Pensando em diminuir a pegada de carbono em toda a cadeia de valor do aço, a canadense Largo Vanadio, líder global na fabricação de produtos de vanádio, desenvolveu uma solução para reduzir seu consumo de óleo combustível pesado (HFO) e ainda otimizar os recursos energéticos em suas operações. A mineradora localizada no município de Maracás, na Bahia, foi uma das premiadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) com o Prêmio Boas Práticas na Mineração no Brasil, entregue durante a EXPOSIBRAM 2024 – Expo & Congresso, realizado em setembro, em Belo Horizonte.
Na categoria Eficiência Energética com tema Combustível, Largo ficou na terceira colocação com o projeto “Redução de consumo de HFO a partir do aproveitamento da temperatura residual de um forno resfriador”. A iniciativa visa utilizar o calor gerado durante o processo de resfriamento dos fornos calcinadores, o que contribui para uma redução significativa no consumo de HFO. O projeto foi desenvolvido pela engenheira de Processos, Manuela Lisboa, a estagiária de Processos Manuela Paiva, e o engenheiro Especialista, Joel Demuner.
Segundo a apresentação dos autores, antes da solução, foi observado que o teor de enxofre no HFO variava entre 1% a 4,5% em peso, e que a cada 1% de enxofre no combustível gerava aproximadamente 20 kg de SOx por tonelada de HFO queimado. Portanto, para 3% de enxofre, a emissão de SOx seria de aproximadamente 60 kg por tonelada. Foi então que optaram pela instalação de levantadores para uma melhoria na eficiência térmica e redução do consumo de óleo combustível.
O projeto visou a redução teórica de 20% no consumo de óleo a partir da instalação de superfícies metálicas, anexadas em 13,8 metros do comprimento do cooler. Depois desse procedimento, foi comparado que: antes da instalação, o consumo de óleo específico médio era 32,3 kgs/t; e depois, o consumo era de 27,3 kgs/t.
A partir daí, os autores concluíram que a instalação dos levantadores metálicos na superfície interna do forno resfriador apresentou ganhos diretos a Largo, com a redução máxima de 16,4% no consumo específico de HFO. Assim, foi constatada a redução de 32% em teores de SOx liberados na atmosfera nos seis meses posteriores à conclusão do projeto. Isso motivou a continuação do estudo para a instalação de novos levantadores na zona fria do forno calcinador.
De acordo com os autores, na próxima etapa, serão avaliados novos métodos para melhorar a eficiência de troca térmica entre os levantadores e a carga, assim como, o planejamento para redução do número de dias de parada, reduzindo, desta forma, o investimento pela corporação. “Otimizar os nossos processos e adotar boas práticas nas nossas operações é o primeiro passo para um futuro mais responsável e sustentável no setor”, destacou a equipe da Largo.