A declaração de “força maior” da Rio Tinto, em 26 de novembro, sobre os embarques de duas minas de carvão no Estado de Queensland, na Austrália, terá um grande impacto financeiro para os compradores japoneses de carvão, na avaliação de traders locais.
O volume das importações do produto para o Japão, porém, deve permanecer estável, visto que os compradores buscaram garantir seu fornecimento com outros países como China e Indonésia, para cobrir os atrasos nas entregas da Austrália, acrescentam. Com a situação de força maior, as entregas previstas pelos contratos em vigor neste ano fiscal não serão transportadas. Entre os grupos japoneses atingidos pela medida estão a Nippon Steel Corp, Chubu Electric Power e Tohoku Electric Power. A Austrália é responsável por aproximadamente 60% das importações de carvão térmico do Japão. Nos últimos meses, o congestionamento nos portos de New Castle e Dalrymple Bay e a fraca infra-estrutura ferroviária na região têm interrompido os embarques de carvão e impulsionado a alta de preços do produto. A Rio Tinto declarou que a força maior vai atingir as vendas do primeiro trimestre de 2008. Muitos clientes japoneses compram a maior parte do carvão que utilizam por contratos anuais com início em abril, em acordo com o ano fiscal no Japão. Isso significa que os importadores japoneses talvez tenham de comprar carvão sob novos contratos quando os embarques da Rio Tinto retornarem ao normal. Os preços do carvão térmico previstos nos contratos dos grupos japoneses com as principais mineradoras australianas são próximos de US$ 55,65 a tonelada para este ano fiscal, que termina em março de 2008, segundo dados do Banco Nacional da Austrália. Entretanto, os analistas projetam um avanço de 40% nos preços no próximo ano fiscal, impulsionado pela oferta comprimida e a alta da commodity no mercado à vista.
Fonte: Padrão
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