Itaú de Minas (MG), uma das maiores plantas da Votorantim Cimentos, se destaca por atender às demandas de multiprodutos dentro do portfólio da empresa. Segundo Nelson Tsutsumi, gerente geral de Mineração da companhia, para a mineradora alcançar a produção de vários insumos minerais ao mesmo tempo exigiu a adoção ao longo do tempo de práticas eficientes de exploração e beneficiamento.
A jazida de calcário da mina Taboca, em Itaú de Minas, iniciada em 1974 com produção de apenas 110 mil t/mês, tem este índice hoje na casa de 4,5 milhões de t/ano – antes, a exploração na localidade ocorria na mina Monte Alto, que por 39 anos atendeu a planta. A mina Taboca tem reservas de calcário cubadas que alcançam 128 milhões de t, volume suficiente para abastecer as fábricas da empresa, no atual ritmo de produção, por aproximadamente 80 anos.
A unidade de Itaú de Minas tornou-se um dos mais aprimorados e estratégicos complexos industriais do País com uma produção diversificada de produtos como cimento, cal hidratada, calcário agrícola, argamassa e agregados para construção civil. A jazida da mina Taboca é privilegiada por ter em sua
composição dois tipos de calcários. Na exploração, em média, existe a utilização de 60% de calcário calcítico e 40% de calcário magnesiano, tendo ainda o calcário silicioso associado a esses dois calcários.
O que diferencia a utilização desses calcários é basicamente o percentual de MgO presente no mesmo, sendo valores abaixo de 3,90% de MgO usado para fabricação de cimento e acima de 7% para fabricação de cal, calcário agrícola e argamassas. A empresa explica que os percentuais entre 3,9% e 7,00% não são descartados, com a realização de uma blendagem para o aproveitamento máximo desses minérios.
A instalação produz três agregados separados conforme granulometria, sendo caracterizado entre 2½” a 5” para fabricação de cal (capacidade de 30 mil t), granulometria entre ½ a 2,½”(capacidade de 27 mil t) para fabricação de argamassa, de 0 a ½” (10 mil t) para fabricação exclusiva de pó calcário e agregados para construção civil.
Os produtos são estocados em pilhas específicas do tipo cônicas e extraídos por calhas extratoras.
A britagem de cimento utiliza apenas uma fase de redução, composto de um britador de martelos modelo EV 200×300 com alto grau de redução (1:50) fabricado pela FLS apropriado para material macio ou semiduro, com capacidade nominal de 950 t/h e equipado com 54 martelos (peso médio de 84 Kg cada). O minério é alimentado ao britador através de esteira de lâminas e, após a britagem,
ele é conduzido às estocagens com auxílio de correias transportadoras e empilhado de forma específica.
A estocagem é feita em barracões cobertos, sendo um específico para calcário blendado (calcário e argila – argical), composto por duas pilhas com capacidade de 14,5 mil t cada; outro barracão é de calcário puro de alto teor, com capacidade de 12 mil t, com pilha formada no sistema cônico, utilizado na adição (filler) na moagem de cimento e no abastecimento dos moinhos de bolas.
Já a britagem de complementares utiliza quatro estágios de redução, com pilha pulmão cônica intermediária (capacidade total 42 mil t) entre os estágios, com quatro alimentadores (um arrastador e três calhas vibratórias).
O britador primário é de esforço do tipo compressão de mandíbulas, com grau de redução 1:10, modelo VB 15×12” com capacidade de 990t/h; o britador secundário é do tipo compressão cônico, grau de redução 1:10, modelo SY-MONS 5,5 pés.
O britador terciário HP 400 é do tipo compressão cônico, grau de redução 1:10, com capacidade de 800 t/h. O britador quaternário de esforço é do tipo compressão cônico, grau de redução 1:10, capacidade de 360 t/h, abastecendo exclusivamente matéria prima para argamassa e calcário.
Todos os quatro britadores são modelos da Metso.