Maior volume registrado desde 2012, os investimentos diretos de estrangeiros no país (IDP) somaram US$ 90,6 bilhões no ano passado. Comparado a 2021, a modalidade teve crescimento de 95%. Os dados foram divulgados na quinta-feira, dia 26, pelo Banco Central (BC.

Esses recursos são enviados ao Brasil por empresas estrangeiras a suas filiais no Brasil por meio de participação no capital, em que a matriz investe diretamente, ou por empréstimos.

Devido à pandemia de covid-19, as aplicações desse tipo haviam caído. Em 2020, ingressaram US$ 37,8 bilhões, quase a metade do registrado no ano anterior. No ano seguinte, os aportes entraram em ritmo de recuperação e cresceram para US$ 46,4 bilhões.

Para 2023, a tendência é que os investimentos diretos permaneçam fortes. A estimativa do BC é de US$ 75 bilhões até o final do ano. Os dados parciais até 23 de janeiro mostraram entrada líquida de US$ 5,823 bilhões na modalidade.

Em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), o ingresso foi de 4,76% em 2022, segundo maior da série histórica do BC, calculada desde 1995, atrás apenas de 2000, quando foi de 5,03%. Em movimento semelhante, os investimentos diretos de empresas brasileiras no exterior foram recorde e somaram US$ 30,7 bilhões.

O déficit em transações correntes, por outro lado, registrou no ano passado o maior volume desde 2019, com resultado negativo em US$ 55,7 bilhões. De acordo com o Banco Central, em 2022, as importações passaram de US$ 238,1 bilhões para US$ 250,9 bilhões, diferença de US$ 12,8 bilhões, o equivalente a pouco mais de US$ 1 bilhão por mês.